O serviço na perspectiva de Paulo - Coríntios

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Palavras iniciais

Hoje vamos avançar um pouco mais na compreensão do impacto que a vida de serviço que o Senhor Jesus viveu causou nos primeiros discípulos e na compreensão da igreja sobre esse assunto.
Ainda falando sobre a perspectiva de Paulo, quero convidar você a olhar atentamente para o ensino emana das cartas escritas aos irmãos de Corinto. As duas cartas estão recheadas de considerações importantes sobre como os discípulos de Jesus deveria tratar esse assunto. Também há relatos que nos deixam ver como a disposição para servir fazia parte da vida da igreja.
Vamos nossa reflexão em dois blocos. Neste domingo vamos ver algumas ocorrências, nas duas cartas, onde é possível perceber um quadro geral sobre serviço. No próximo domingo vamos refletir sobre o capítulo 12 de 1 Coríntios, onde Paulo compara o funcionamento da igreja ao funcionamento do corpo para firmar o entendimento do serviço com base nos dons como parte de nossa identidade de discípulos de Jesus.

Visão geral

Uma das característica do relacionamento de Paulo com os irmão de Corinto, que transparece de suas cartas, é que havia várias pessoas que estavam experimentando em suas vidas os princípios que o apóstolo ensinava. O quadro geral que veremos hoje sobre serviço passa por essas pessoas reais, vivendo situações reais.

O serviço valida a liderança

O primeiro princípio desse quadro geral que vamos ver é que a liderança é validada pelo serviço. Vejamos o texto bíblico.
1Coríntios 16.15–16 (NVI)
1 Corinthians 16:15–16 NVI
15 Vocês sabem que os da casa de Estéfanas foram o primeiro fruto da Acaia e que eles têm se dedicado ao serviço dos santos. Recomendo-lhes, irmãos, 16 que se submetam a pessoas como eles e a todos os que cooperam e trabalham conosco.
Paulo deixou claro que a igreja em Corinto deveria usar o serviço dedicado de Estéfanas e sua família como um parâmetro para reconhecer seus líderes. Isso faz todo sentido, porque foi assim que Jesus liderou, servindo. Ao conectar desta maneira liderança e serviço, o apóstolo deixou para nós esse importante fundamento: servir é a essência de toda e qualquer liderança na igreja de Jesus.
Quando o Senhor chama alguém para liderar na igreja o chamado não é para os holofotes, para os aplausos ou para o reconhecimento público, esses são desejos do coração humano corrompido. É ao serviço que ele está chamando; às vezes, ao serviço sem brilho, trabalhoso e com poucos resultados visíveis.
Dessa forma, Paulo afirma que uma das características que precisam ser verificadas em um líder, para que a igreja se submeta a sua liderança, é se ele serve com dedicação ao povo de Deus. A liderança é validada pelo serviço.

O serviço produz credibilidade

O segundo princípio desse quadro geral sobre serviço nas cartas aos coríntios é que o serviço produz credibilidade diante do povo de Deus.
2Coríntios 8.16–18 (NVI)
2Coríntios 8.16–22 (NVI)
16 Agradeço a Deus ter ele posto no coração de Tito o mesmo cuidado que tenho por vocês,
17 pois Tito não apenas aceitou o nosso pedido, mas está indo até vocês, com muito entusiasmo e por iniciativa própria.
18 Com ele estamos enviando o irmão que é recomendado por todas as igrejas por seu serviço no evangelho. (…)
22 Além disso, estamos enviando com eles o nosso irmão que muitas vezes e de muitas maneiras já nos provou que é muito dedicado, e agora ainda mais, por causa da grande confiança que ele tem em vocês.
Paulo levantou uma oferta para enviar aos cristãos da Judeia que estavam passando por necessidades e privações. Uma oferta em que igrejas pobres como as da região da Macedônia fizeram questão de participar. No trecho que lemos ele encoraja a igreja em Corinto a participar dessa oferta. Então, afirma que está enviando alguns irmãos para fazer essa coleta: Tito e dois outros irmãos.
Esses dois outros irmãos não foram apresentados pelos seus nomes. Talvez Paulo considerasse que não ser necessário, porque eles eram conhecidos da igreja em Corinto, ou pode ser que o apóstolo preferiu apresentá-los falando da credibilidade que eles tinham no meio da igreja.
No verso 18, um dos irmãos sem nome é citado como alguém “recomendado por todas as igrejas por seu serviço no evangelho.” No verso 22 o outro é apresentado com alguém que “muitas vezes e de muitas maneira já nos provou que é muito dedicado...”. Vejam só, através da maneira com serviram à igreja esses homens haviam construído uma reputação que era mais importante que seus nomes.
De fato, o serviço é uma das maneiras através da qual a igreja pode avaliar o caráter, o compromisso e a credibilidade de seus membros. Quando ele é feito com dedicação e constância, temos aí alguém digno de nota e de recomendação.
O serviço que vem do seguir a Jesus é reconhecido pela perseverança. Não tem a marca da frivolidade infantil, que larga o brinquedo que acabou de receber porque viu outro mais colorido; também não é um arroubo adolescente, que num dia é capaz de morrer pela causa e no outro, diante de uma frustração, amaldiçoa tudo e todos.
O serviço que Jesus ensinou com sua vida não desiste, persevera, enfrenta as dificuldades, não abre mão de gastar a própria vida para além de si mesmo.

O serviço oportuniza gratidão

O terceiro princípio desse quadro geral sobre gratidão nas cartas aos coríntios é que o serviço oportuniza gratidão. Vejamos o texto bíblico.
2Coríntios 9.12–13 (NVI)
2 Corinthians 9:12–13 NVI
12 O serviço ministerial que vocês estão realizando não está apenas suprindo as necessidades do povo de Deus, mas também transbordando em muitas expressões de gratidão a Deus. 13 Por meio dessa prova de serviço ministerial, outros louvarão a Deus pela obediência que acompanha a confissão que vocês fazem do evangelho de Cristo e pela generosidade de vocês em compartilhar seus bens com eles e com todos os outros.
Ainda falando sobre o levantamento da oferta para ajudar as igrejas da Judeia, Paulo explicou que a contribuição que eles prometeram fazer é um tipo de serviço capaz de suprir as necessidades do povo de Deus, mas vai além disso, porque torna possível que as pessoas sejam gratas a Deus. Duas razões de gratidão são elencadas: a obediência prática deles e a generosidade em compartilhar o que eles tinham.
Sempre que servimos ao povo de Deus abrem-se janelas de gratidão. Se somos perseverantes no serviço, nossa obediência torna-se motivo de gratidão a Deus. Se usamos nosso tempo, bens e recursos para servir, nossa generosidade se torna motivo de gratidão. Janelas de gratidão iluminam a vida das pessoas e resultam em louvor a Deus, em adoração pelo que Ele é e está fazendo.
Quando nossa maneira de viver e servir resulta em gratidão a Deus e louvor ao seu nome, nós estamos seguindo os passos de Jesus, porque foi exatamente assim que aconteceu com ele. Ao entregar sua vida por nós na cruz, seu serviço de amor revelou o amor do Pai e até hoje enche os corações daqueles são alcançados por esse amor de gratidão e adoração a Deus.

O serviço significa a vida

O quarto princípio desse quadro geral sobre serviço nas cartas aos coríntios é que o serviço dá significado à vida. Vejamos o texto bíblico.
2Coríntios 13.4 (NVI)
2 Corinthians 13:1–4 NVI
1 Esta será minha terceira visita a vocês. “Toda questão precisa ser confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas”. 2 Já os adverti quando estive com vocês pela segunda vez. Agora, estando ausente, escrevo aos que antes pecaram e aos demais: quando voltar, não os pouparei, 3 visto que vocês estão exigindo uma prova de que Cristo fala por meu intermédio. Ele não é fraco ao tratar com vocês, mas poderoso entre vocês. 4 Pois, na verdade, foi crucificado em fraqueza, mas vive pelo poder de Deus. Da mesma forma, somos fracos nele, mas, pelo poder de Deus, viveremos com ele para servir vocês.
Paulo já havia visitado Corinto duas vezes quando escreveu esta carta e estava prestes a ir uma terceira vez. Algumas pessoas ali em Corinto resistiam ao ensino dele e estavam questionando seu ministério apostólico.
De certa maneira alguns irmãos em corinto consideraram Paulo fraco em suas palavras e argumentações, já que por duas vezes desprezaram a orientação dele como vinda da parte de Cristo. O apóstolo avisa, então, que nessa terceira viagem se completaria a tríplice denúncia da parte do Senhor aos pecados que estavam sendo cometidos na igreja.
Paulo, então, afirma que não se importa de ser considerado fraco, porque isso o identifica com Jesus, que se tornou humano e limitado, ao ponto de ser morto na cruz, mas que foi ressuscitado pelo poder de Deus. Da mesma forma, mesmo que aqueles irmãos o considerassem fraco em sua palavras, ele continuaria a viver para servi-los movido pelo poder de Deus, ainda que isso significasse confrontá-los em seus pecados.
O apóstolo dos gentios entendia que servir aos irmãos era a melhor maneira de dar sentido a sua vida. Ao afirmar e agir dessa maneira, ele rejeitou o projeto de vida autocentrado, de si para si mesmo, e abraçou o mesmo pensamento de Cristo que afirmou “Eu vim para servir”.
Além de rejeitar viver para si mesmo, ele deixou de lado outras bandeiras que poderiam seduzi-lo e consumir suas forças. A bandeira da religião, que ele antes levantara com tanto vigor foi abandonada no chão da estrada de Damasco. A bandeira da política, que acenou para ele quando testemunhou diante de reis e autoridades, foi rejeitada. A bandeira do conhecimento, tão familiar ao fariseu que ele era, foi deixada de lado como algo de pouco valor, como ele mesmo afirmou:
1 Corinthians 2:2 NVI
2 Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado.
Servir a Jesus Cristo se tornou seu projeto de vida e ele fazia isso vivendo para além de si mesmo, em serviço ao povo de Deus e às pessoas a sua volta.

Palavras Finais

O serviço é ponto de checagem da liderança. Não é tão definitivo para validar a liderança na igreja do que o coração de servo pulsando no peito e confirmando o chamado do Senhor.
É no serviço que o caráter é testado. A perseverança em gastar a própria vida em benefício de outras pessoas nos livra da frivolidade infantil quanto da inconstância adolescente, que começa e não termina. É no serviço que se vê como vai a maturidade do cristão.
Ao servir abrimos janelas de gratidão. Com nossas atitudes tornamos possível que as pessoas percebam o amor de Deus e se sintam agradecidas pelo que agir deles em nós, por causa da obediência de seguirmos os passos de Jesus. Janelas de gratidão, capazes de iluminar os cômodos escuros das almas cansadas.
Servir não é apenas uma tarefa que faz, mas um estilo de vida. E quando o serviço começar a dar significado à vida é porque estamos andando nos passos de Jesus. Afinal foi ele quem disse “Eu vim para servir. E dar minha vida em resgate de muitos.”.
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