Como a vida em comunidade nos molda no Evangelho - Fp 1.27

Comunidade Centrada no Evangelho  •  Sermon  •  Submitted
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Introducão

Philippians 1:27 NAA
Acima de tudo, vivam de modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo até aí para vê-los ou estando ausente, eu ouça a respeito de vocês que estão firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé do evangelho;
Na reflexão anterior, vimos que fomos criados e redimidos para a vida em comunidade e que somos transformados a imagem de Jesus na vida comunitária.
Também observamos que o pecado atrapalha a vida em comunidade ao nos tornar centrados em nós mesmos e em nossos interesses.
Nesta reflexão, queremos ver como a vida em comunidade nos molda no Evangelho, conduzindo-nos a uma dependência mais profunda de Jesus e do Evangelho.
Na semana que passou vimos como o sociólogo Zygmund Bauman diz que em nosso tempo as relacões são moldadas por utilidade, ou seja, buscamos relacões funcionais.
Mas, aprendemos que Deus nos fez para relacionamentos significativos e transformadores, que a comunidade nos forma a imagem da trindade, Pai, Filho e Espírito Santo.
Para comecar, faremos uma distinção crucial entre comunidade funcional e comunidade formativa.
A comunidade funcional me coloca no centro: valoriza os relacionamentos de acordo com seu bom funcionamento em satisfazer minhas necessidades e meus desejos. Ou seja, me envolver naquilo que funciona para meu bem-estar.
O que também pode ser conhecido como uma comunidade de consumo, e todos que buscam isso, não podem ser caracterizados como discípulos de Jesus, mas consumidores do mercado religioso.
A comunidade formativa coloca Deus no centro: valorizo os relacionamentos na minha vida como parte dos meios empregados por Deus para me transformar e reformar, a fim de que eu reflita a imagem de Jesus.
Quando começo a enxergar a comunidade como meio de formação espiritual, vejo cada luta ou problema em meus relacionamentos como "oportunidades do evangelho".
Uma chance de crer nas promessas do evangelho de modo mais profundo e de depender do Espírito Santo para mudar meu coração e minha vida de acordo com a vontade de Deus.
Somos pessoas do nosso tempo, e isso muitas vezes nos leva a sermos pragmáticos, e por pragmatismo me refiro a nossa busca por aquilo que dá certo, que funcione para nós.
Como pessoas pragmáticas, tendemos a ter uma visão funcional da vida em comunidade.
Você já se pegou fazendo uma lista de coisas e servicos que devem ter em uma igreja para que você faca parte, e as vezes chega com isto a desconsiderar, pregacão bíblica, discipulado, fazer discipulos e crescer na fé?
Conscientemente ou não, pensamos nos relacionamentos em termos do que eles podem fazer por nós.
É verdade que os relacionamentos e amizades dão sentido à nossa vida, impedem que nos tornemos solitários e isolados, apoiam-nos nos momentos difíceis, celebram conosco e nos ajudam a alcançar objetivos.
Mas, e se nossos relacionamentos tivessem um propósito mais transcendente, ou seja, mais elevado?
E se cada amizade e interação fosse concebida por Deus para nos formar, moldar, e mudar espiritualmente?
De acordo com a Bíblia, essa é a exata intenção de Deus. Cada relacionamento em nossa vida tem um propósito formativo. Considere estes versículos:
Acts 17:26–27 NAA
De um só homem fez todas as nações para habitarem sobre a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem Deus se, porventura, tateando, o possam achar, ainda que não esteja longe de cada um de nós;
Romans 11:36 NAA
Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre. Amém!
Deus determinou onde moramos e quem mora perto de nós.
Todas as coisas (incluindo nossos relacionamentos) procedem dele e são para ele.
A comunidade que integrarnos não é acidental, ela tem um propósito.
Deus usa pessoas em nossa vida para nos formar, moldar, santificar e purificar.
Ele deseja que vivamos de modo digno do Evangelho, e isso acontece por meio de relacionamentos em comunidades centrada no Evangelho.
O Espirito Santo usa nossas lutas e falhas na comunidade para revelar nosso pecado e mostrar nossa necessidade da mudança de coração e de vida, possibilitada mediante a morte e ressurreição de Jesus.
Eis outra maneira de dizer a mesma coisa: por nós mesmos, somos incansavelmente egoístas.
Desejamos estar no centro de nossa vida e no centro de nossos relacionamentos.
Isso se traduz em uma visão funcional da comunidade, segundo a qual o centro sou EU.
Os relacionamentos na minha vida giram em torno de mim e existem para mim.
Mas a verdade é que Deus é o centro de tudo: "todas as coisas são dele, por ele e para ele" (Rm 11.36).
E viver de modo digno do Evangelho é viver para aquele que é o centro de todas as coisas, Jesus.
E viver a vida em comunidade é o modo digno de crescer no Evangelho e estarmos firmes num só espírito, como uma só alma e lutando pelo mesmo objetivo. (1.27).
Portanto, todo relacionamento em minha vida diz respeito, em última instância, a Deus.
Cada luta, cada conflito e cada relacionamento desfeito são oportunidades para adorar a Deus com mais intensidade e para ser formado cada vez mais à imagem dEle.

Quando eu estou no centro:

i. Cada conflito conduz à polarização: eu versus você.
"Afinal, eu sou o centro! Como você ousa não me honrar quando mereço ser honrado?!"
ii. Penso nos meus relacionamentos com uma mentalidade econômica:
Qualquer coisa que eu não queira fazer se torna um custo, uma demanda, um "gasto" de tempo e energia (por me retirar do centro).
É possível que eu ainda o faça, por ser a "coisa certa", mas o farei de má vontade e por obrigação, esperando algum retorno.
iii. Acabo usando os outros:
Acabo por usar tanto Deus como os outros para obter o que realmente desejo (significado, importância, segurança, prioridade, etc.).

Quando Deus está no centro:

Para sermos uma comunidade centrada no Evangelho, implica sermos uma comunidade de pessoas centradas em Deus, na Escritura que revela quem Deus é.
i. Todo conflito é uma oportunidade de crescimento no evangelho:
Não se trata de eu versus você.
Deus, nosso Pai celestial, dá a nós a oportunidade de enxergar se confiamos em algo ou em alguém além dele, e de nos voltarmos a ele arrependidos, para que possamos crescer como portadores de sua imagem.
Costumamos pensar que, se os relacionamentos são difíceis, algo está errado: "Isso não está funcionando". Ou, deve ser um relacionamento a ser evitado.
Mas, se tudo é parte do plano divino de redenção, o conflito é, na verdade, um sinal do amor de Deus, para que possamos ser moldados no Evangelho, em comunidade.
Conhecer a Deus, viver em comunidade e servir no mundo, é muito bonito escrito como nossa missão, mas colocar isto em prática, poderá gerar atritos, dificuldades, mas tenha certeza que diante disso, Deus está nos moldando no Evangelho.
Se você está lidando com uma pessoa difícil ou se encontra agora em uma situação incômoda, anime-se. Isso significa que Deus ama você e está te aperfeicoando para seu bem e Glória Dele.
ii. Aprendo a pensar nos relacionamentos com mais graca:
Tudo o que não desejo fazer se torna uma oportunidade para confiar na graça de Deus e no poder do Espirito Santo, que me movem a amar o próximo como a mim mesmo.
Pensar nos relacionamentos com mais graca, é ser fortalecido a construir um relacão tão profunda em comunidade como estar ligado a uma só alma, é lutar juntos pela mesma fé, para sermos moldados pelo mesmo evangelho. (Fp 1.27).
Com o propósito de servirmos ao mesmo Deus, fazermos parte da mesma missão, a fim de que o nosso Cristo seja conhecido no mundo por meio de nós.
Pelo fato de Deus ter me amado com tanta generosidade ao enviar seu Filho (1Jo 4.10), posso me doar e construir relacionamentos significativos, eu posso servir como Cristo serviu.
iii. Posso amar outras pessoas de verdade, em vez de usá-las:
Pois elas não são um meio para um fim. Deus é o fim. Estou satisfeito nele e sou capaz de refletir sua graça e sua bondade a outras pessoas.
Assim, Deus, em sua graça, usa a comunidade para expor nosso pecado e para nos convidar a crer no evangelho e permitir que ele atue para modificar mais profundamente nossas atitudes, motivações, palavras e ações.
Vamos parar um pouco para refletir nisso com algumas perguntas:
Pense em alguma luta que você tenha tido em comunidade recentemente (um conflito, uma divergência, um mal-entendido etc.).
Como essa luta ou sua reação a ela expõe seu pecado? Que áreas de incredulidade, de egoísmo ou de idolatria são perceptíveis em você?
De que maneira a morte de Jesus na cruz por nossos pecados e sua ressurreição se relacionam com essa luta?
De que forma a obra contínua do Espírito Santo liberta você para agir de modo diferente em meio a essa luta e viver de modo digno do Evangelho?
Aplicar o evangelho à minha maneira funcional e utilitária de ver os relacionamentos significa olhar...
Em primeiro lugar, para a cruz, a fim de me lembrar de que Jesus, de fato, é um Salvador que me molda e me transforma para viver relacionamentos transformadores pelo evangelho.
i. Na cruz, Jesus foi abandonado pelos amigos mais próximos e rejeitado pelo Pai, para que você pudesse ser aceito.
Ele experimentou o pior e mais doloroso tipo de rejeição, para que você pudesse ser aceito da forma mais segura e duradoura.
ii. Na cruz, Jesus deixou de ser o centro do seu próprio mundo, a fim de que você pudesse ser restaurado para um relacionamento vivo, verdadeiro e crescente com Deus.
iii. Na cruz Jesus demonstrou que você confiar nele para ter suas mais profundas necessidades supridas.
Segundo, aplicar o evangelho à nossa incredulidade e egísmo, significa que eu não devo olhar apenas para a cruz (onde minha redenção foi realizada), mas também para a obra continua do Espírito Santo (que aplica a redenção provida por Jesus à minha vida e me ajuda a mudar para que me torne mais parecido com ele).
i. O Espirito Santo, que vive em mim, é mais poderoso do que minha tendência natural à autoproteção.
Com a ajuda dele, posso confiar em outras pessoas e me aproximar delas, ao invés de me afastar, e desfrutar da vida em comunidade e então, ser assim moldado pelo Evangelho.
ii. Ao me retrair, estou me recusando a deixar o Espírito me usar de forma redentora na vida de outras pessoas, e usar outras pessoas para me moldar no Evangelho.

Conclusão

Deus não está somente nos redimindo; ele está redimindo seu povo, e ele quer que façamos parte dessa obra.
Por intermédio do Espírito, ele nos chama a participar na obra divina de redenção na vida de outras pessoas.
O evangelho não significa apenas boas notícias em geral - são boas notícias para você e suas lutas particulares.
E a vida em comunidade é um dos meios mais graciosos de Deus para lhe mostrar quão bom é o evangelho e quão importante é viver em comunidade.
Você precisa da comunidade, não apenas porque ela é funcional, mas porque é formativa, em comunidade você será conduzido a se tornar mais Jesus e menos você.
Ephesians 4:11–16 NAA
E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de pessoa madura, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como crianças, arrastados pelas ondas e levados de um lado para outro por qualquer vento de doutrina, pela artimanha das pessoas, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem-ajustado e consolidado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio crescimento para a edificação de si mesmo em amor.
Cristo é formado em nós pelo evangelho e por relacionamentos em comunidade, onde aprendemos sobre amar e servir, perdoar e sermos perdoados, abencoar e sermos abencoados, dar e receber.
História de uma senhora moldada pelo Evangelho que se perguntou como poderia ser usado por Deus, já que estava sendo moldada pelo Evangelho.
Fazedora de Biscoitos da Austrália.
Que tal a partir de hoje você comecar a buscar viver mais em comunidade, para que sejas moldado a viver de modo digno do Evangelho?
Que tal, você ser instrumento de Deus na vida de outras pessoas, para ajudá-las a conhecer a Deus, viver em comunidade e servir no mundo?
Será que podemos viver de modo digno do Evangelho como comunidade, a ponto de ter lacos tão profundos a ponto de estarmos firmados em um só espírito, como uma só alma e lutarmos ombro a ombro para ver Cristo sendo formado em nós e conhecidos pelos outros ao nosso redor?
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