SOMOS DISCÍPULOS DE JESUS! Lucas 9.23-27
Ser discípulo de Jesus envolve severos desafios, mas traz junto de si uma incrível recompensa.
Nas Escrituras, as boas obras são consistentemente esperadas do povo de Deus como um indicador do reino de Deus em seu meio. No Antigo Testamento, a santidade do povo de Deus, especialmente sua conformidade com a Lei de Moisés, foi destacada como sua característica distintiva entre as nações (Deut. 4:5-8). No Novo Testamento, um estilo de vida sagrado era igualmente esperado da igreja nascente, como se vê, talvez, com mais força, na carta de Tiago (“a fé sem as obras está morta”; Tia. 2:26), bem como nas numerosas súplicas do apóstolo Paulo para que os cristãos se submetam à liderança do Espírito num estilo de vida “contra o qual não há lei” (Gál. 5:23; cf. 1 Tes. 4:7-8).
O Novo Testamento também indica que os indivíduos serão responsabilizados por suas obras, como visto, por exemplo, na parábola apocalíptica de Jesus sobre as ovelhas e os bodes (Mat. 25:31-46), o relato de Paulo sobre a avaliação das obras no Dia do Senhor (1 Cor. 3:5–14; cf. 2 Cor. 5:10) e o Juízo do Grande Trono Branco (Apoc. 20:11–15).
A atitude da igreja para a doutrina da segunda vinda de Cristo tem variado ao longo do tempo. No começo era comum esperar que o retorno de Cristo fosse iminente. A perseguição dos crentes e a rápida expansão da igreja em todo o mundo foram ambos considerados como sinais do fim que se aproximava. Mais tarde, a queda de Roma também foi vista como anunciando o retorno de Cristo, como foi a abordagem do ano 1000. O fracasso do evento em se materializar tornou a igreja cautelosa, e o fenômeno recorrente de seitas proféticas que proclamam o fim que se aproxima reforçou isso. Jesus advertiu seus discípulos a não ouvir tais previsões. Ao mesmo tempo, é dito a nós para estarmos sempre expectantes quanto ao retorno do Senhor (Mat 24:44; 1 Tes 5:2-4). A celebração da Ceia do Senhor também permanece central à adoração cristã, com a sua clara dimensão escatológica - na Ceia, proclamamos a morte do Senhor até que ele venha novamente (1 Cor 11:26).
O reino de Deus era um tema favorito na pregação de Jesus, mas o escopo completo de seu significado e implicações tem sido objeto de muita discussão. No nível mais básico, podemos dizer que o reino de Deus está presente onde quer que o rei seja encontrado. Jesus está presente por seu Espírito tanto na igreja quanto no mundo. Alguns identificaram completamente o reino com a igreja, mas embora a igreja esteja certamente incluída e seja representante do reino, a maioria dos teólogos diria que o reino é um conceito mais amplo em seu sentido pleno e final. A igreja é uma organização missionária, ao passo que o reino é mais frequentemente concebido como o resultado desse cumprimento da missão.
A dimensão escatológica do reino é proeminente no Novo Testamento. Jesus, o rei, aparece principalmente de forma muito humilde - montando um jumento no Domingo de Ramos, por exemplo, ou morrendo na cruz, onde seu reinado foi “oficialmente” proclamado pelas autoridades romanas, provavelmente com pretenso sarcasmo (Lucas 23:38). Somente no eschaton é o rei revelado em sua glória, como vemos no livro de Apocalipse.