SOMOS DISCÍPULOS DE JESUS! Lucas 9.23-27

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Ser discípulo de Jesus envolve severos desafios, mas traz junto de si uma incrível recompensa.

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Grande ideia: Ser discípulo de Jesus envolve severos desafios, mas traz junto de si uma incrível recompensa.
Estrutura: desafios no discipulado (vv. 23-25) e recompensa no discipulado (vv. 26-27).
A pergunta sobre a identidade de Jesus, trazida à baila por Herodes, em Lucas 9.9, recebe resposta em Lucas 9.20.
Warren Wiersbe:
A palavra contemporânea mais próxima de “discípulo” é, provavelmente, o termo “aprendiz”. Um discípulo é mais do que um aluno que aprende lições por meio de exposições orais e de livros. É alguém que aprende vivendo e trabalhando com o mestre, por experiências práticas diárias. Muitos cristãos contentam-se em ser ouvintes que adquirem bastante conhecimento sem nunca colocá-los em prática.
Desafios. (vv. 23-25)
(a) Em sua jornada para Jerusalém (Lc 9-19), Jesus chama seus discípulos, em um retiro particular a fim de deixar claro para eles os custos dessa caminhada.
(b) O discipulado requer decisão (“se alguém quer”), humildade (“vir após mim”), renúncia (“negue a si mesmo”), constância (“dia a dia tome a sua cruz”) e obediência (“siga-me”).
Jerry Bridges:
Falando francamente, a maioria das pessoas não quer uma vida cristã chato, enjoada, cansativa e monótona na fé. Elas estão sempre procurando por uma vida interessante, através de um pleno relacionamento com o Pai.
Mas tornar-se um discípulo de Cristo significa que devemos colocar Deus em primeiro lugar nas decisões mais importantes, e nos tornarmos um cidadão do reino de Deus.
Ser um discípulo é aprender de Jesus, seguir os seus ensinamentos e imitar o seu estilo de vida e o melhor de suas habilidades. Os discípulos de Cristo pensam com os seus pensamentos, agem como ele agiria, e vivem como se ele estive fisicamente presente no mundo.
E quando você realmente o segue, torna-se mais do que um servo: torna-se um verdadeiro escravo! Você foi comprado com alto preço- o próprio Deus foi pendurado numa cruz. Quando você segue a Jesus, sua vida torna-se a vida dele.
(c) Quem desejar manter algum nível de interesse pessoal em sua caminhada com Jesus, estará irremediavelmente perdido. Agora o ponto é esse: “por minha causa”.
Mateus 10.37–39 (NAA)
37— Quem ama o seu pai ou a sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama o seu filho ou a sua filha mais do que a mim não é digno de mim; 38e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. 39Quem acha a sua vida a perderá; e quem perde a vida por minha causa, esse a achará.
João 12.25 (NAA)
25Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo irá preservá-la para a vida eterna.
(d) A redação de Lucas difere dos outros evangelistas: ele fala de que não vale a pena ganhar o mundo e “se perder ou causar dano a si mesmo”.
Mateus 16.26 (NAA)
26De que adiantará uma pessoa ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará uma pessoa em troca de sua alma?
Marcos 8.36 (NAA)
36De que adianta uma pessoa ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?
Roland Barnes:
Jesus disse: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (Jo 8. 31–32). Somente quando nos submetemos ao senhorio de Jesus e nos tornamos seus discípulos é que experimentamos a verdadeira liberdade. Ele quebra o poder do pecado em nossas vidas e nos concede liberdade sob seu governo benevolente. Tornamo-nos livres para ser o que ele nos criou para sermos – seres cheios de alegria indescritível à medida que lhe obedecemos e cumprimos os propósitos para os quais ele nos criou.
É quando, então, nos tornamos mais livres. Não é a falsa liberdade da anarquia, mas a verdadeira liberdade que é experimentada quando vivemos a vida para a glória de Deus, como discípulos de Jesus. É isso que o apóstolo Paulo nos diz em Romanos 6.20–23. Quando nossa escravidão ao pecado e à morte é quebrada pelo poder da graça de Deus em Jesus, nos tornamos os escravos (discípulos) de Jesus. É uma servidão jubilosa, pois Jesus trata seus discípulos como filhos e filhas. De fato, entramos na jubilosa alegria dos filhos de Deus.
Juan Carlos Ortiz:
Nós erramos muito no passado, por termos deixado de pregar a mensagem completa. Nós dissemos aos homens que tudo que pertence a Jesus passa a ser deles, mas esquecemos de mencionar que tudo que temos se torna do Senhor. E, se não fizermos isto, não existe senhorio.
2. Recompensa. (vv. 26-27)
(a) O texto de Mateus lança uma luz sobre esse ponto.
Mateus 16.27–28 (NAA)
27Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um conforme as suas obras. 28Em verdade lhes digo que, dos que aqui se encontram, existem alguns que não passarão pela morte até que vejam o Filho do Homem vir no seu Reino.
(b) Temos aqui a importância das “boas obras”, um tema presente nas Escrituras Sagradas:
Sumário de Teologia Lexham Santificação e Boas Obras

Nas Escrituras, as boas obras são consistentemente esperadas do povo de Deus como um indicador do reino de Deus em seu meio. No Antigo Testamento, a santidade do povo de Deus, especialmente sua conformidade com a Lei de Moisés, foi destacada como sua característica distintiva entre as nações (Deut. 4:5-8). No Novo Testamento, um estilo de vida sagrado era igualmente esperado da igreja nascente, como se vê, talvez, com mais força, na carta de Tiago (“a fé sem as obras está morta”; Tia. 2:26), bem como nas numerosas súplicas do apóstolo Paulo para que os cristãos se submetam à liderança do Espírito num estilo de vida “contra o qual não há lei” (Gál. 5:23; cf. 1 Tes. 4:7-8).

O Novo Testamento também indica que os indivíduos serão responsabilizados por suas obras, como visto, por exemplo, na parábola apocalíptica de Jesus sobre as ovelhas e os bodes (Mat. 25:31-46), o relato de Paulo sobre a avaliação das obras no Dia do Senhor (1 Cor. 3:5–14; cf. 2 Cor. 5:10) e o Juízo do Grande Trono Branco (Apoc. 20:11–15).

Mateus 25.31–33 (NAA)
31— Quando o Filho do Homem vier na sua majestade e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória. 32Todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos: 33porá as ovelhas à sua direita e os cabritos, à sua esquerda.
1Coríntios 3.10–14 (NAA)
10Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como sábio construtor, e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica. 11Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. 12E, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno ou palha, 13a obra de cada um se tornará manifesta, pois o Dia a demonstrará. Porque será revelada pelo fogo, e o fogo provará qual é a obra de cada um. 14Se aquilo que alguém edificou sobre o fundamento permanecer, esse receberá recompensa.
2Coríntios 5.10 (NAA)
10Porque é necessário que todos nós compareçamos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.
Apocalipse 20.11–15 (NAA)
11Vi um grande trono branco e aquele que está sentado nele. A terra e o céu fugiram da presença dele, e não se achou lugar para eles. 12Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, que estavam em pé diante do trono. Então foram abertos livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que estava escrito nos livros. 13O mar entregou os mortos que nele estavam. A morte e o inferno entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. 14Então a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. 15E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado no lago de fogo.
(c) A segunda vinda de Jesus virá em um contexto de prestação de contas e distribuição de prêmios e punições.
Sumário de Teologia Lexham Segunda Vinda de Jesus

A atitude da igreja para a doutrina da segunda vinda de Cristo tem variado ao longo do tempo. No começo era comum esperar que o retorno de Cristo fosse iminente. A perseguição dos crentes e a rápida expansão da igreja em todo o mundo foram ambos considerados como sinais do fim que se aproximava. Mais tarde, a queda de Roma também foi vista como anunciando o retorno de Cristo, como foi a abordagem do ano 1000. O fracasso do evento em se materializar tornou a igreja cautelosa, e o fenômeno recorrente de seitas proféticas que proclamam o fim que se aproxima reforçou isso. Jesus advertiu seus discípulos a não ouvir tais previsões. Ao mesmo tempo, é dito a nós para estarmos sempre expectantes quanto ao retorno do Senhor (Mat 24:44; 1 Tes 5:2-4). A celebração da Ceia do Senhor também permanece central à adoração cristã, com a sua clara dimensão escatológica - na Ceia, proclamamos a morte do Senhor até que ele venha novamente (1 Cor 11:26).

Mateus 24.44 (NAA)
44Por isso, estejam também vocês preparados, porque o Filho do Homem virá à hora em que vocês menos esperam.
1Tessalonicenses 5.2–4 (NAA)
2Porque vocês sabem perfeitamente que o Dia do Senhor vem como ladrão à noite. 3Quando andarem dizendo: “Paz e segurança”, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à mulher que está para dar à luz; e de modo nenhum escaparão.
4Mas vocês, irmãos, não estão em trevas, para que esse Dia os apanhe de surpresa como ladrão.
1Coríntios 11.26 (NAA)
26Porque, todas as vezes que comerem este pão e beberem o cálice, vocês anunciam a morte do Senhor, até que ele venha.
(d) A recompensa em outros termos é: “não passar pela morte, sem ver o Reino de Deus”.

O reino de Deus era um tema favorito na pregação de Jesus, mas o escopo completo de seu significado e implicações tem sido objeto de muita discussão. No nível mais básico, podemos dizer que o reino de Deus está presente onde quer que o rei seja encontrado. Jesus está presente por seu Espírito tanto na igreja quanto no mundo. Alguns identificaram completamente o reino com a igreja, mas embora a igreja esteja certamente incluída e seja representante do reino, a maioria dos teólogos diria que o reino é um conceito mais amplo em seu sentido pleno e final. A igreja é uma organização missionária, ao passo que o reino é mais frequentemente concebido como o resultado desse cumprimento da missão.

A dimensão escatológica do reino é proeminente no Novo Testamento. Jesus, o rei, aparece principalmente de forma muito humilde - montando um jumento no Domingo de Ramos, por exemplo, ou morrendo na cruz, onde seu reinado foi “oficialmente” proclamado pelas autoridades romanas, provavelmente com pretenso sarcasmo (Lucas 23:38). Somente no eschaton é o rei revelado em sua glória, como vemos no livro de Apocalipse.

Mateus 6.9–13 (NAA)
9— Portanto, orem assim:
“Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome;
10 venha o teu Reino;
seja feita a tua vontade,
assim na terra como no céu;
11 o pão nosso de cada dia nos dá hoje;
12 e perdoa-nos as nossas dívidas,
assim como nós também perdoamos
aos nossos devedores;
13 e não nos deixes cair em tentação;
mas livra-nos do mal
[pois teu é o Reino, o poder e a glória
para sempre. Amém]!”
Graig A. Evans:
Embora a declaração no v. 27, “alguns há que não provarão a morte até que vejam o reino de Deus”, possa ter sido entendida como referência à volta de Jesus e estabelecimento do reino (ou o estabelecimento do reino logo após a ressurreição), é possível que essa referência diga respeito primordialmente à ressurreição de Jesus; nesse ponto o poder do reino de Deus é liberado sobre a terra, mediante o Espírito (v. Atos 2). O contexto sugere, contudo, que a transfiguração é que está em mira (…) que provavelmente deve ser entendida como previsão da ressurreição a que se referiu Jesus no verso 22.
3. Outras aplicações:
(a) Seguir a Jesus implica pagar o preço de se identificar tanto com a sua vida, quanto com a sua morte. Ser discípulo de Jesus não é correr riscos de morte. É morrer.
Seguir as pessoas hoje é fácil. Nós começamos a seguir alguém com um clique de um botão nas mídias sociais. O custo é minúsculo. No máximo, perdemos um pouco de dignidade (dependendo de quem seguimos). Normalmente, queremos seguir amigos e familiares ou pessoas cujas vidas cobiçamos. As celebridades têm milhões de seguidores e não pedem muito em troca, talvez o ocasional “curtir”. Atualmente, seguir alguém é fácil, tão fácil que podemos acompanhar centenas, até milhares, de pessoas. Eu me pergunto se esse fenômeno não ajudou a nos confundir com as palavras de Jesus: “Siga-me”.
A vida que Jesus nos chama para imitar não foi cobiçada por ninguém. Se o Instagram existisse no primeiro século, não tenho certeza se Jesus teria muitos seguidores. Ele era um pária religioso, então os piedosos não seriam pegos seguindo-o. Em nossos dias, os “espirituais, mas não religiosos” acham igualmente difícil seguir a Jesus por duas razões.
Primeiro, Jesus exige que o sigamos de uma maneira que não sigamos mais ninguém.
Lucas 14.26 (NAA)
26— Se alguém vem a mim e não me ama mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua mulher, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
Segundo, Jesus exige que o sigamos precisamente quando não é excitante ou confortável.
Lucas 14.27 (NAA)
27E quem não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo.
(b) Há muitos que são vergonha para Jesus e o seu evangelho. Mas, o nosso maior desafio é não nos envergonharmos de Jesus e de suas palavras. Essa verdade mexeu com Martinho Lutero.
Romanos 1.16–17 (NAA)
O poder do evangelho
16Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. 17Porque a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: “O justo viverá por fé.”
Romanos 1.16-17 - Evangelho é poder Deus
Prédica
06/02/1979
Lindolfo Weingärtner:
Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, escreve aos Romanos que julga estar devendo a eles o evangelho: «Sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. Estou pronto para anunciar o evangelho a vocês, em Roma.» E depois continua: «Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê seja judeu, seja grego.» Por que Paulo não se envergonha do evangelho? — «Porque é poder de Deus que salva», ele responde. Com outras palavras: Eu não me envergonho de Deus, porque Deus não se envergonhou de mim. Quando vivi na desobediência, na revolta, desencaminhado, desprezando-me a mim mesmo, tendo vergonha de mim mesmo, Deus se colocou a meu lado. Não para me xingar, mas para me salvar. Cristo entrou na fila dos pecadores, ao se deixar batizar. Entrou na minha fila, Foi crucificado entre dois ladrões. Se é verdade que Cristo não se envergonhou de nos chamar de irmãos (Hebreus 2), como eu vou envergonhar-me dele? Não seria a maior das sem-vergonhices, se eu quisesse aparentar que ele não merece a minha companhia, meu testemunho? Não. Eu não me envergonho dele. Eu creio. Eu depositei a falsa vergonha ao pé da cruz de Cristo. Quem se envergonha do evangelho, que pare neste ponto para pensar. Ele não se envergonha de tradições religiosas humanas. Esta vergonha se poderia compreender. Ele se envergonha de Deus mesmo. Do Deus que não se envergonhou dele. Do Deus que no evangelho mostrou-lhe o seu coração paterno, um coração cheio de amor e compaixão. O evangelho: Não é ele uma carta de amor, escrita por Deus aos seus filhos desencaminhados e perdidos? Envergonhar-se desta carta de amor — isto será rejeitar a mão de Deus estendida a nosso encontro para nos tirar de nossa miséria. Que possamos realmente dizer com Paulo: Eu não me envergonho do evangelho, porque é poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.
Ilustr.:
The Screwtape Letters (Vorazmente Teu (título em Portugal) ou Cartas do Inferno',Carta de Um Diabo a Seu Aprendiz (título no Brasil)) é um livro de ficção satírico escrito em estilo epistolar por Clive S. Lewis publicado pela primeira vez em forma de livro em Fevereiro de 1942. A história toma a forma de uma série de cartas de um demônio sênior, Screwtape, a seu sobrinho, um "tentador" aprendiz chamado Absinto (Vermelindo ou Vermebile), de modo a aconselhá-lo sobre os métodos de garantir a condenação de um homem britânico, conhecido apenas como "paciente ".
Neste livro, Screwtape (traduzido como Fitafuso, Coisa-Ruim ou Morcegão no Brasil e como Escritope na versão de Portugal), demônio veterano e experimentado, escreve cartas ao seu jovem sobrinho Wormwood (Vermebile ou Cupim no Brasil; Absintox, em Portugal), um demónio em inicio de carreira, explicando-lhe como conquistar a alma do paciente (João, no Brasil) que lhe foi atribuído, um jovem recém-convertido ao Cristianismo. Wormwood falha, sujeitando-se às aterradoras penas do Inferno.
15
Obviamente, o Inimigo deseja que os homens pensem também no Futuro- apenas o suficiente para planejar agora os atos de justiça ou caridade que provavelmente farão parte das tarefas do dia de amanhã. A tarefa de planejar as tarefas do dia seguinte é tarefa do dia de hoje; embora peça emprestada do futuro a sua essência, o dever, como todos os deveres, está no Presente. Mas isso já é entrar em detalhes irrelevantes. Ele não quer que os homens ofereçam suas almas ao Futuro, que depositem tudo o que têm de valioso nele. Mas nós queremos. O Seu ideal é o homem que, depois de ter trabalhado o dia inteiro pensando na posteridade (se essa for a sua vocação), logo esquece completamente o assunto e o deixa aos encargos do Céu, retornando imediatamente ao estado de paciência e gratidão que o presente exige. Nós, no entanto, queremos um homem atormentado pelo Futuro- assombrado por visão de um céu ou de um inferno iminentes sobre a Terra (e pronto a desobedecer às ordens do Inimigo no presente, se ao fazê-lo ele acreditar que poderá obter o céu ou evitar o inferno)- e dependente por sua fé no sucesso ou no fracasso de planos cujo objetivo ele não viverá o suficiente para presenciar. Queremos uma raça inteira de seres perpetuamente em busca do fim do arco-íris, jamais honestos, jamais gentis, jamais felizes agora, e sempre usando toda dádiva verdadeira que lhes é concedida no Presente como mero combustível para poderem encher de dádivas o altar do futuro.
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