Uma comunidade repleta de graça - 1Pe 4.10

Comunidade Centrada no Evangelho  •  Sermon  •  Submitted
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Introdução

Pelo fato de termos sido criados à imagem de Deus, todos desejamos fazer parte de uma comunidade receptiva e amorosa.
O pecado, no entanto, distorceu nosso entendimento e maculou nossos desejos nessa área.
Em alguns casos, contentamo-nos com um tipo superficial de "aceitação" que não confronta crenças ou comportamentos não bíblicos.
Em outros, podemos fazer as pessoas ganharem nossa aceitação por meio do desempenho.
Nossa profunda disfunção nessa área só é curada quando permitimos que o evangelho transforme nosso coração e nossa vida.
Quando entendemos e cremos que Deus nos aceita e nos perdoa em Cristo, obtemos a compreensão correta do que significa aceitar e perdoar uns aos outros.
E, à medida que caminhamos no poder do Espírito de Deus, vivemos de acordo com um novo repertório de desejos e habilidades.
É assim que o evangelho forma uma comunidade repleta de graça.
A "multiforme graça" de Deus (1Pe 4.10) surte efeitos variados, e sua beleza é multifacetada.
Ela nos salva, abençoa, assegura, santifica, capacita e sustenta .
Todavia como ela molda a comunidade?
Para responder a essa pergunta, vamos considerar, em primeiro lugar, os entraves da graça em nosso coração: o orgulho e o medo.

Em nosso orgulho, não desejamos apenas ser aceitos; queremos ser aceitáveis.

Você já disse a Deus "Nunca mais vou fazer isso? Se você puder recomeçar, fará algo melhor?
Podemos até pensar que pedimos graça, mas o que desejamos de fato é receber outra chance, a fim de merecermos o favor de Deus.
No entanto, a graça é favor imerecido:
Romans 5:8 NAA
8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores.
O orgulho também se intromete no caminho do perdão.
Você já se pegou explicando seu pecado a Deus em vez de confessá-lo? Culpando pessoas ou circunstâncias, alegando ignorância, comparando-se com outras pessoas?
Queremos nos justificar diante de Deus, mas a Bíblia diz que fomos "justificados pela sua graça".
Titus 3:7 NAA
7 a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.

Por causa do nosso medo, temos certeza de que Deus não nos aceita.

Não que remos falar com Deus a respeito do nosso pecado porque imaginamos que ele esteja cansado de termos a mesma conversa várias vezes.
Ou pensamos que Deus não pode perdoar o que fizemos.
Em vez de pedir perdão, tentamos esconder o pecado de Deus porque tememos sua rejeição.
Mas as boas-novas são que Jesus:
Titus 2:14 NAA
14 Ele deu a si mesmo por nós, a fim de nos remir de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, dedicado à prática de boas obras.
Uma comunidade centrada no evangelho tem início com pessoas que estão crescendo em graça.
Ao recebermos a graça de Deus em Cristo, somos capazes de estender essa graça para outras pessoas.
Podemos "acolhe[r] uns aos outros, como também Cristo nos acolheu".
Romans 15:7 NAA
7 Portanto, acolham uns aos outros, como também Cristo acolheu vocês para a glória de Deus.
"Perdoa[r] uns aos outros, assim como Deus [nos perdoou em Cristo" (Ef 4.32
Ephesians 4:32 NAA
32 Pelo contrário, sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando uns aos outros, como também Deus, em Cristo, perdoou vocês.
Entretanto, se quisermos ser canais da graça para o próximo, precisaremos confrontar os diversos modos pelos quais o orgulho e o medo impedem o fluxo da graça em nossos relacionamentos.
Nosso orgulho se manifesta no desejo de fazer comparações.
Realizar qualquer coisa que, em nossa opinião, receba a atenção das pessoas.
E claro que isso varia de acordo com o que a comunidade mais valoriza.
No primeiro século o destaque cabia a quem era circuncidado, observava as leis alimentares e guardava o sábado.
Em várias igrejas hoje ser aceito como membro significa ler os livros certos, votar no candidato correto, ser fervoroso ou vulnerável, servir os pobres ou utilizar o jargão correto.
Obtemos aceitação se vivemos à altura dos padrões da comunidade, e aceitamos as pessoas de acordo com o mesmo princípio.
As vezes, retemos perdão a quem nos machucou muito ou a quem ainda "não o merece".
Nosso medo se manifesta no desejo de autoproteção.
Achamos que as pessoas não gostarão de nós se elas nos conhecerem de fato.
Em consequência, não queremos pedir perdão, porque isso significaria admitir toda a extensão do nosso pecado.
Não queremos ser julgados ou rejeitados, por isso encobrimos nossos pecados.
Nós os justificamos, culpamos outras pessoas, os minimizamos, os escondemos e mentimos a seu respeito.
Fazemos qualquer coisa, menos admiti-los e pedir perdão por eles.
Pense em seus relacionamentos: com que frequência os membros de sua comunidade admitem ter pecado contra alguém e lhe pedem perdão.
Geralmente, decidimos não fazê-lo porque temos medo de ser conhecidos como somos de verdade.

Então, como o evangelho atua para criar uma comunidade repleta de graça?

Em resumo, o evangelho mortifica o orgulho e o medo que impedem nosso relacionamento com Deus e com o próximo.
E conforme vimos no texto que lemos, ele nos transforma em despenseiros da graça na vida dos outros.
Vejamos um outro textor 1 Pedro 3.18 como estrutura para vermos como isso acontece:
1 Peter 3:18 NAA
18 Pois também Cristo padeceu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir vocês a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito,
Apesar de Jesus não ter pecado, ele sofreu as consequências do pecado em sua comunidade.
Seu próprio povo não o recebeu (Jo 1.11); seus amigos mais próximos o traíram e o negaram (Mc 14.10,71); foi zombado e assassinado por quem não o compreendeu (Mc 15.16-32).
Jesus sofreu essas coisas por nós, "o justo pelos injustos".
Não somos diferentes dos que o rejeitaram e o perseguiram.
Guardamos raiva e ressentimento no coração por pessoas criadas à imagem de Deus.
Fingimos ser algo que não somos. Fofocamos sobre os outros e os defraudamos pelas costas.
Nosso comportamento é passivo-agressivo.
Manipulamos pessoas e situações para obtermos o que desejamos.
Diminuímos os outros para nos sentirmos melhor.
Estas são as más noticias:
Nossos próprios pecados são a única coisa que impedem o fluxo da graça em nossa comunidade.
No entanto, as boas-novas são que Jesus sofreu e morreu em nosso favor "para levar-nos a Deus".
Quando recebemos a graça de Deus em Cristo, nosso medo e nosso orgulho são mortificados e somos conduzidos à vida, espiritualmente, pelo gracioso Espírito Santo de Deus.
1. Por causa do nosso orgulho, demonstramos favoritismo por pessoas de quem gostamos ou por quem pode nos ajudar, mas Jesus procurou os marginalizados e os recebeu.
Agora, por seu Espirito, "não fazemos] discriminação de pessoas",
James 2:1 NAA
1 Meus irmãos, vocês não podem ter fé em nosso Senhor Jesus Cristo, o Senhor da glória, e ao mesmo tempo tratar as pessoas com parcialidade.
2. Por causa do nosso orgulho, sentimos inveja quando boas coisas acontecem a outras pessoas, mas Jesus colocou o nosso bem antes do dele.
Agora, por seu Espírito, "nos alegramos com os que se alegram; choramos com os que choram".
Romans 12:15 NAA
15 Alegrem-se com os que se alegram e chorem com os que choram.
3. Por causa do nosso orgulho, nutrimos ofensas e não nos dispomos a perdoar, mas Jesus perdoou tanto os inimigos que o crucificaram quanto os amigos que o abandonaram.
Agora, por seu Espírito, "suporta[mos] e perdoa[mos] uns aos outros".
Colossians 3:13 NAA
13 Suportem-se uns aos outros e perdoem-se mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outra pessoa. Assim como o Senhor perdoou vocês, perdoem também uns aos outros.
4. Por causa do nosso medo, exercemos nosso poder para controlar pessoas e situações, mas Jesus conteve seu poder e se dirigiu voluntariamente à cruz.
Agora, por seu Espírito, podemos andar "com toda humildade e mansidão".
Ephesians 4:2 NAA
2 com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando uns aos outros em amor,
5. Por causa do nosso medo, desejamos fugir quando os relacionamentos se tornam difíceis, mas Jesus suportou a cruz por quem pecou contra ele.
Agora, por seu Espírito, "suporta[mos] uns aos outros em amor".
Ephesians 4:2 NAA
2 com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando uns aos outros em amor,
6. Por causa do nosso medo, tememos confrontar os pecados de outras pessoas, mas Jesus lidou de maneira honesta com o pecado onde quer que o encontrasse.
Agora, por seu Espírito, podemos restaurar, "com espírito de humildade", as pessoas surpreendidas em algum pecado.
Galatians 6:1 NAA
1 Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma falta, vocês, que são espirituais, restaurem essa pessoa com espírito de brandura. E que cada um tenha cuidado para que não seja também tentado.
Tornar-se uma comunidade repleta de graça demanda que identifiquemos nossas tendências ao orgulho e ao medo, olhemos para Jesus a fim de sermos libertados do orgulho e do medo.
E, então, possamos ser agentes da multiforme graça de Deus.
Por isso poderemos amar livremente o próximo como Deus nos amou, na dependência do Espirito Santo, a fim de construirmos por meio do Evangelho uma comunidade repleta de graça.
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