Aquele que se compadece - Hb 4.15

Jesus, quem ele é?  •  Sermon  •  Submitted
0 ratings
· 4 views
Notes
Transcript
Handout
Sermon Tone Analysis
A
D
F
J
S
Emotion
A
C
T
Language
O
C
E
A
E
Social
View more →

Introdução

Temos caminhado nesta série para aprender sobre quem Jesus é.
Estamos buscando descobrir quem Jesus é a partir do seu coração revelado nas escrituras.
Ouvimos seu chamando para nos conceder descanso e alívio, conhecemos seu coração compassivo, a sua alegria em comprar seu povo com seu próprio sangue ao morrer na cruz por nossos pecados.
Mas me parece que por vezes, quando as dificuldades da vida nos afrontam, somos cegados dessa visão de um Cristo amoroso, presente e que nos chama constantemente a estarmos em sua presença.
Este texto diante de nós nos ajudará a compreender que mesmo Cristo estando agora no céu, ele está tão aberto e terno em seu abraço para pecadores e sofredores quanto esteve quando andou na terra.
Ele continua intercedendo por nós, ele nos ama.
Thomas Goodwin explica Hebreus 4.15:
Este texto é o que mais revela sobre o coração de Jesus e que exponha sua dinâmica e comportamento para com os pecadores.
Ele nos toma pela mão, e nos conduz sobre o peito de Jesus e nos permite sentir o batimento de seu coração e os movimentos de seus afetos por nós, mesmo hoje estando ele na glória.
Jesus deseja em sua palavra nos encorajar contra tudo que pode desencoraja-los, a partir da consideração do coração de Cristo em seu favor, mesmo agora nos céus.
Como seria se um amigo pegasse nossas mãos e as colocasse no peito do Senhor Jesus Cristo de modo que, assim como um estetoscópio nos permite ouvir a força vigorosa de um coração fisico batendo, fosse possível sentir a força vigorosa das afeições e anseios mais profundos de Cristo?
Em resumo, não precisamos procurar mais. Hebreus 4.15 é esse amigo.
Vale a pena manter o contexto mais amplo de Hebreus 4.15 em mente.
Vendo de uma perspectiva mais ampla, o restante da passagem diz o seguinte:
Hebrews 4:14–16 NAA
14 Tendo, pois, Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que adentrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. 15 Porque não temos sumo sacerdote que não possa se compadecer das nossas fraquezas; pelo contrário, ele foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. 16 Portanto, aproximemo-nos do trono da graça com confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça para ajuda em momento oportuno.
Os versículos 14 e 16 contêm uma exortação:
fidelidade na doutrina sobre a obra de Deus em Cristo ("conservemos firma a nossa confissão", v. 14) e confiança na comunhão com Deus ("aproximemo-nos do trono da graça com confiança". v.16).
A base do verso 15 está na pura solidariedade de Jesus Cristo para com o seu povo.
Todas as nossas intuições naturais nos dizem que Jesus está conosco, ao nosso lado, presente e disposto, quando a vida vai bem.
Esse texto diz o contrário.
É em nossas fraquezas que Jesus se compadece de nós.
A palavra para o verbo compadecer, não é uma piedade fria e desinteressada. Faz parte de uma profunda solidariedade que ecoa na nossa vida, mais intimamente quando confiamos no cuidado constante de Jesus.
Na verdade, é ainda mais profundo do que isso.
A nossa dor também dói em Jesus: no nosso sofrimento, ele sente o nosso sofrer como sendo dele mesmo, não que a sua divindade invencível seria ameaçada, mas no sentido de que o seu coração adentra emocionalmente a nossa aflição.
A sua natureza humana trata nossos problemas de forma compreensiva. O seu amor não se detém quando vê o seu povo sofrendo.
O autor de Hebreus aqui nos toma pela mão e nos leva às profundezas do coração de Cristo, mostrando a sua conexão irrestrita com o seu povo.
No capítulo Hb 2.17-18.
Hebrews 2:17–18 NAA
17 Por isso mesmo, era necessário que, em todas as coisas, ele se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. 18 Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, quando foi tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.
A mesma palavra "tentado", usado no verso 18 é usada no capítulo 4.15.
Todavia, o real escândalo de Hebreus 4.15 é o motivo de Jesus ser tão próximo do seu povo na sua dor.
Ele foi "tentado ou provado", e não só isso, mas "à nossa semelhança", como nós o somos.
A razão pela qual Jesus está em tão íntima solidariedade conosco é que o caminho difícil pelo qual passamos não é só nosso Ele andou pelo mesmo caminho.
Não somente Jesus pode nos livrar de nossos problemas, como um doutor receitando medicamentos, mas também, antes de qualquer livramento, ele está conosco em nossos problemas, como um médico que passou pela mesma doença.
Jesus não é Zeus, ou qualquer outro deus mitológico.
Ele foi um homem sem pecado, não um super-homem sem pecado.
Ele acordou com dor de cabeça. Ele teve espinhas na adolescência. Ele nunca apareceria na capa da revista "Caras", das celebridades, pois ("quando olhávamos para ele, não víamos beleza alguma para que o desejássemos", Is 53.2).
Ele veio como homem normal para homens normais. Ele sabe o que é ser sedento, faminto, desprezado, rejeitado, escarnecido, envergonhado, humilhado, abandonado, mal compreendido, caluniado, sufocado, torturado e morto.
Ele sabe como é se sentir sozinho. Os seus amigos o abandonaram quando ele mais precisava.
Caso ele tivesse vindo nos dias de hoje, todo seguidor dele no Twitter e no Instagram o teria bloqueado no seu aniversário de 33 anos, ele nunca irá nos bloquear.
A chave para entender a relevância de Hebreus 4.15 é manter um equilíbrio sólido com as duas afirmações "em todas as coisas" e "sem pecado".
Toda a nossa fraqueza, de fato, toda a nossa vida está contaminada pelo pecado.
Se o pecado tivesse a cor azul, não seria o caso de ocasionalmente fazermos ou dizermos coisas azuis; tudo que disséssemos, fizéssemos e pensássemos teria um tom azul.
Jesus não é assim. Ele não tinha pecado.
Hebrews 7:26 NAA
26 Porque nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e exaltado acima dos céus,
Mas precisamos ponderar a frase "em todas as coisas" de forma que mantenha a impecabilidade de Jesus sem diluir o que a frase significa.
Aquela tentação persistente, aquela provação ardente, aquela surpresa desagradável, ele passou por isso.
De fato, a sua total pureza sugere que ele sentiu tais dores mais agudamente que nós pecadores jamais poderemos sentir.
Olhe para a sua vida.
Quando o relacionamento amarga, quando os sentimentos de vazio nos invadem, quando parece que a vida não faz sentido, quando parece que perdemos aquela última oportunidade de fazer a diferença.
Quando não entendemos nossas emoções, quando aquele amigo de longa data nos decepciona, quando algum familiar nos trai.
Quando nos sentimos profundamente mal compreendidos, quando a pecaminosidade do mundo nos pega e queremos jogar a toalha.
É justamente aí que temos um Amigo que sabe exatamente como é essa provação e se senta ao nosso lado e nos abraça.
A nossa tendência é sentir intuitivamente que, quanto mais difícil fica a vida, mais sozinho estamos. Ao afundarmos cada vez mais na dor, afundamos em cada vez mais isolamento.
A Bíblia nos corrige desse equívoco.
A nossa dor nunca prevalece sobre aquele que na cruz enfrentou a dor mais aguda.
Nunca estamos sozinhos.
Aquela angústia que parece tão solitária, tão nossa, foi vivida por Jesus no passado na cruz, por isso hoje ele pode se compadecer das nossas dores.
Como o versículo 14 nos diz, Jesus subiu aos céus. Mas isso não quer dizer que ele se distanciou ou se isolou de nossas dores.
As nossas dificuldades suscitam profundezas emocionais em Cristo para além de nossa compreensão.
Mas, e os nossos pecados.
Deveríamos nos sentir desencorajados por Jesus não se solidarizar conosco nas mais agudas das dores, a culpa e a vergonha por nosso pecado?
Não, por dois motivos.
O primeiro é que Jesus não ter pecador significa que ele conhece melhor as tentações do que nós.
C.S. Lewis diz:
Ressaltou esse ponto ao falar de um homem que anda contra o vento.
Quando o vento da tentação atinge determinada força, o homem se curva, desistindo de modo a não saber como seria resistir por mais dez minutos.
Jesus nunca se curva; ele passa por todas as nossas tentações e provações sem jamais desistir. Portanto, ele conhece a força da tentação melhor cada que um de nós. Somente ele verdadeiramente conhece o preço de resistir.
O segundo motivo é que a nossa única esperança é que aquele que compartilha de todas as nossas dores o faz como aquele que é puro e santo.
Jesus não ter pecado, significa que ele não precisa de salvação, mas é quem a provê para nós.
É por isso que podemos buscá-lo para que "recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna" (4.16).
Ele não está preso no buraco do pecado, da dor e solidão conosco; somente ele pode nos tirar de lá.
A sua pureza é a nossa salvação.
O versículo 16 fala do que podemos achegar no "trono de graça". Mas o versículo 15 abre para nós o coração da graça, o coração de Cristo.
Além de apenas ele poder nos tirar do buraco do pecado, somente ele deseja pular para dentro e carregar nossos fardos.
John Owen disse:
Cristo "se inclina a partir de seu próprio coração e afeições a nos dar [...] socorro e livramento [...] e ele se comove internamente durante nossos sofrimentos e provações em compreensão e solidariedade conosco".
Se você está em Cristo, você tem um Amigo que, em sua angústia, nunca lhe dará uma lição de moral celestial.
Ele não aguenta ficar longe de você. Nada pode retê-lo. Afinal, o coração dele está grudado demais ao coração de cada um daqueles que creem nele.
Como resistir a este Cristo tão gracioso?
Em Cristo há perdão, acolhimento, compaixão e ajuda.
Contemple-o de todas as formas, mas não se esqueça de ir até ele.
Faça isso várias e várias vezes. Não procure esconder de Cristo as fraquezas que possui – ele está disposto a ajudar.
Ele conhece todos os erros que você já cometeu e continua a cometer. Sabe quantas vezes você precisará voltar para ele.
Sabe que você não consegue orar como deveria. Sabe que até seus momentos de maior santidade são poluídos pelo pecado.
Sabe que até mesmo a fé mais forte é misturada com descrença – e, ainda assim, o convite a vir diante dele, permanece.
Somos chamados a nos aproximar com ousadia. A misericórdia ainda pode ser encontrada. A graça ainda está disponível.
Que estas verdades te façam por meio do Poder do Espírito Santo, amá-lo mais, servi-lo mais, compartilha-lo mais com aqueles que pecam e sofrem, e que clamam por um Salvador amoroso como Jesus.
Hebrews 4:16 NAA
16 Portanto, aproximemo-nos do trono da graça com confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça para ajuda em momento oportuno.
SDG
Related Media
See more
Related Sermons
See more