Compartilhando o Evangelho

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Transcript

Texto:

Mt 4:23 “Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo.”

Introdução

O texto que lemos mostra o início do ministério de Jesus.
Nasceu, foi educado, provavelmente, como era costume na época, deve ter trabalhado junto com seu pai, uma vez que era o filho primogênito de José.
Batizado, recebe o Espírito Santo, vai para o deserto, onde fica 40 dias e 40 noites em jejum e é tentado por Satanás.
Ao retornar, à Galileia, começa a escolher seus discípulos.
Os primeiros, 4 pescadores, a quem chama para se tornarem pescadores de homens.
Para que precisava de discípulos?
Um discípulo é escolhido para aprender e continuar a fazer o que o Seu Mestre faz, quando este não estiver mais fisicamente presente.
E Jesus escolheu discípulos para fazer o que está descrito neste único versículo: Ensinar, pregar o Evangelho do Reino e curar toda sorte de doenças e enfermidades do povo.
Vimos sobre Ensino. E hoje veremos sobre a pregação do Evangelho.
O que é Evangelho do Reino?
Evangelho são boas notícias, ou boas novas.
E porque o povo precisava de boas notícias? E que notícias eram estas?

Tema:

Compartilhando o Evangelho

Compartilhando o Evangelho, porque Israel no tempo de Jesus precisava do Evangelho

O mundo em que Jesus vivia era o mundo do final do AT.
Um tempo em que o povo de Deus viveu os piores de seus dias, quando uma nação pagã invadiu suas terras e destruiu a cidade que, para eles, era santa, Jerusalém.
Destruiu o templo e levou a elite do povo para o exílio na Babilônia.
70 anos se passaram e boa parte do povo finalmente entendeu que isso aconteceu porque tinha se desviado dos caminhos de Deus.
Após a Babilônia ter sido dominada pelos persas, um dos reis deixou que o povo retornasse.
Os muros foram reconstruídos, o Templo, casa onde Deus habitava, também.
Mas, como mostra no livro do profeta Ezequiel 10:18-19:
18 Então, saiu a glória do SENHOR da entrada da casa e parou sobre os querubins. 19 Os querubins levantaram as suas asas e se elevaram da terra à minha vista, quando saíram acompanhados pelas rodas; pararam à entrada da porta oriental da Casa do SENHOR, e a glória do Deus de Israel estava no alto, sobre eles.
A Glória de Deus não entrou mais no novo Templo.
Deus não falava com o povo, porque não havia mais profecia.
O tempo entre o AT e o início dos acontecimentos descritos no NT foi de 400 anos.
Para nós, são 3 ou 4 páginas. Mas foram 400 anos.
Pelo menos 4 gerações passaram, de gente nascendo, crescendo e morrendo, sem que se ouvisse a voz de Deus.
Deus parou de falar com o povo.
Enquanto isso, a nação foi alvo do domínio dos Sírios, que profanaram o templo, dos gregos, dos egípcios e, por fim, do Império Romano, que permitiu que houvesse um rei para resolver os conflitos locais.
Foi assim que surgiu Herodes (que não era judeu), que terminou a reconstrução do Templo, que, continuava sem a Glória de Deus.
No meio deste desespero, para compensar os séculos de desobediência à Lei, surgiram defensores intransigentes da Lei: os fariseus, que a estudavam e julgavam a quem não a obedecia, forçando uma série de costumes e regras, que, externamente podiam mostrar a comunhão do povo com Deus.
Mas estavam longe de Deus.
Era um povo pobre.
Pobre materialmente e espiritualmente.
Oprimido por um regime cruel de dominação, em que tinham que pagar pesados impostos, aceitar a presença de gentios (que não faziam parte da aliança) e pagãos, com seus cultos às divindades pagãs e ao próprio imperador, considerado um filho dos deuses.
Estes pagãos e gentios, romanos, tinham primazia sobre tudo e governavam de fato a nação do povo que tinha sido escolhido por Deus.
Se alguém pensar em desesperança, não está pensando muito longe.
Se alguém pensar em falta de fé, também.
Deus tinha parado de falar.
Era como se houvesse apenas um monólogo em uma religião que, na falta da presença de Deus, prezava apenas a Lei e os costumes.
Deus tinha prometido um ungido (que é o significado de Messias), que libertaria o povo.
Surgiram alguns que pareciam com esta figura, mas ficaram pelo caminho.
Pobreza, tristeza, opressão, miséria e abandono.
Este era o quadro.
E o povo continuava esperando por alguém que os resgataria, os libertaria e restituiria Israel ao seu tempo de glória, como os dias de Davi e Salomão.

Compartilhando o Evangelho, porque nossos dias são maus

Vivemos um tempo em que todos vivem da forma como acham que devem viver.
O ser humano hoje é mais egoísta do que sempre foi.
As riquezas cada vez mais concentradas nas mãos de cada vez menos gente.
Menos de 10% da população mundial, controla 76% das riquezas do mundo.
Escravidão que foi abolida, em sua maior parte no século XIX, voltou a existir, de forma diferente.
Grandes empresas agora têm sua mão-de-obra em países baratos, como Índia, Paquistão, Sri Lanka ou Cingapura.
É a globalização, onde o que é ruim vc exporta, o que é bom, vc guarda pra vc.
A quantidade de feminicídios e extermínio de minorias nunca atingiu índices tão expressivos como nos dias de hoje.
E ainda tem gente que justifique e defenda.
Em nossa cidade, dá medo sair de noite.
Dá medo ser parado pela polícia em uma blitz.
Polícia essa que vive com medo, pois ganha pouco pra se expor, defendendo o mesmo cidadão que a critica.
O desemprego avança.
A violência urbana avança.
A desigualdade avança.
Enquanto isso, a Igreja nos EUA não quer mais evangelizar, pois para eles, talvez a salvação não esteja mais em Deus.
Na Europa, a maioria das igrejas reformadas virou museu.
No Brasil, surgem inúmeras igrejas prometendo prosperidade, numa versão invertida da oração de S. Francisco, onde pra receber, vc tem que dar.
Muito.
Muitas vezes discutem-se costumes e doutrinas reformadas e deixa-se de fazer o que é mais importante: pregar o Evangelho.
E o mundo que deveria aprender de Deus, deixa de conhece-lo, porque a mensagem de salvação não está sendo proclamada.
E o ceticismo aumenta.
E a distância de Deus aumenta.
E vemos como Jesus diz em Mt 24:12 “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos.”
Porque, como nos tempos de Jesus, o pecado toma conta de tudo como se fosse a coisa mais natural que existe.

O que Deus fez para Compartilhar o Evangelho?

Em um momento na História, quase no fim do reinado de Herodes, o Grande, em Belém, cidade de onde veio Davi, Deus começou a mudar a História de Seu povo e de toda a humanidade.
Uma jovem deu à luz um menino a quem pôs o nome de Jesus, que significa Yaweh é a Salvação.
O mundo estava afogado em más notícias, uma depois da outra.
Um mundo corrompido diante do domínio de uma grande nação, usada pelo maligno para espalhar o mal sobre a Terra, como aparece em Re 17:1-2
“Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas, com quem se prostituíram os reis da terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra.”
“A mulher que viste é a grande cidade que domina sobre os reis da terra.”
Mas este menino não era um menino como os outros.
Não era simplesmente um jovem adolescente que conhecia a Lei, discutindo com os sacerdotes em Jerusalém.
Não era apenas o primo de João Batista a quem se apresentou para ser batizado.
Era o Filho de Deus.
E estava neste mundo para trazer o Reino de Seu Pai.
E Ele veio ao mundo para trazer boas notícias: o Reino de Deus estava chegando, com Ele.
É disso que o texto que lemos em Mt 4:23 fala.
E depois, em Mt 9:35 “E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades.”
Ele começou a pregar, anunciar, tornar conhecidas as boas notícias do Reino por toda a região da Galileia.
E tudo faz sentido porque a Galileia era conhecida também como Galileia dos Gentios.
Historicamente, as tribos de Zebulom e Naftali que ali habitaram, não quiseram expulsar os povos pagãos quando chegaram na Terra Prometida.
Com isso, os gentios, ou seja, os que não eram judeus, continuaram vivendo na Galileia até os tempos de Jesus.
Um local cujo povo era conhecido como forasteiro, estrangeiro, para os moradores de Jerusalém.
É neste local que vivia em trevas que a luz resplandece.
E estava acontecendo: O Reino de Deus estava começando no lugar onde viviam publicanos, pecadores, prostitutas, estrangeiros, gente que não conhecia Deus.
E qual era a boa notícia?
Jesus era verdadeira boa notícia!
Em uma de suas primeiras pregações, em Luke 4:18-19, Jesus diz
18 O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos,
19 e apregoar o ano aceitável do Senhor.
Diz que a profecia se cumpriu e sai da sinagoga para começar a fazer exatamente o que tinha acabado de ler.
O que acontece?
Muitos vão desviando do caminho que estão seguindo, formando uma multidão que o segue,
alguns mais de perto, discípulos, outros, que vão conhecendo aquele que vai reinar.
Onde há miséria, haverá sustento.
Onde há tristeza, a alegria virá pela manhã.
Onde há fome e sede, haverá satisfação.
Vem a esperança para os desesperados e fé para quem não acredita.
Onde o pecado domina, Salvação, pois com o Reino vem a Salvação de uma vida em pecado!
Vem vida eterna!
Porque o Seu reino é para sempre,
E Jesus estava fazendo discípulos para continuarem a fazer aqui o que ele estava fazendo.
E pra fazer parte deste Reino, basta arrepender-se e seguir o caminho com Jesus.

O que Deus está fazendo hoje para Compartilhar o Evangelho

O mundo vive em trevas.
Talvez as mesmas trevas que vivia no tempo de Jesus, talvez, ainda mais espessas.
Temos algumas nações que dominam o mundo e o corrompem, pois não tem a Deus como Seu Senhor.
Mas em meio a todo o caos acontecido na História, podemos ver que Deus sempre esteve no controle:
Quando a Igreja Cristã se afastou de Deus a ponto de se tornar um Império, Deus levantou homens para reformar a Igreja.
Quando o homem começou a achar que era tão bom que não precisava de Deus, vieram guerras terríveis que mostraram que a humanidade não evoluiu tanto assim, chegando ao ponto de criarem armas capazes de destruir o planeta em questão de segundos!
Vieram crises econômicas, desastres naturais, pandemia, tudo para lembrar que não podemos controlar todas as coisas, porque o controle de tudo está com Ele.
Há fome, há pobreza, há imoralidade.
Nada disso deixou de existir.
Mas também há o Reino de Deus, representado por Sua igreja.
Ou seja, há uma boa notícia: O Senhor reina.
O Reino Dele já está entre nós.
Nós fazemos parte deste reino!
Somos discípulos de Jesus!
Como Seus discípulos, temos a incumbência de continuar a tornar o Seu Reino conhecido.
Talvez o mundo tenha esquecido ou não se importe, mas as boas notícias que foram anunciadas por Jesus, precisam continuar a serem anunciadas por nós.
Temos que tornar conhecido ao mundo que Ele reina.
Vou repetir: É para isso que somos discípulos.
E neste mundo em trevas, precisamos ser luz.
Precisamos ser luz, porque assim como Jesus era a boa notícia, nós temos que encarnar o Evangelho.
Precisamos mostrar ao mundo com a nossa vida o que é o Evangelho.
Não adianta só falar.
Se fosse só para falar, no tempo de Jesus havia os fariseus, sacerdotes e escribas que conheciam a Lei.
Mas o coração deles era só deles, não era do Senhor.
Precisamos viver o Evangelho.
O mundo precisa ver que somos diferentes. Como?
Virem a página. Ou olhem um pouco depois do texto que lemos. Jesus inicia o Sermão que conhecemos como Sermão do Monte.
Quer saber como você deve se comportar como discípulo?
Seja Humilde de Espírito;
Chore pela condição do povo afastado de Deus;
Seja manso;
Tenha fome e sede de justiça;
Seja misericordioso;
Limpo de coração;
Busque a paz;
Esteja disposto a ser perseguido ou injuriado pelo nome de Jesus;
Seja o sal da terra, luz do mundo brilhando para que o mundo possa ver as suas boas obras e entendam que elas vêm de Deus;
Reconcilie-se com seu irmão;
Não olhe para mulher (ou homem) com olhar impuro;
Não jure falso;
Dê a outra face;
Ame seu inimigo
E muito mais.
Se todos buscássemos viver como viveu Jesus, como seria o nosso mundo?

Conclusão

Jesus nos deu uma instrução antes de subir para junto do Pai:
Sermos testemunhas até os confins da terra, como está em Acts 1:8, ou fazer discípulos de todas as nações, como em Mt 28:19.
Como discípulos, temos responsabilidades.
Não poderia falar sobre isso sem lembrar de um mártir do Evangelho.
Um discípulo que veio para compartilhar o Evangelho do Reino.
Ele fez isso no tempo mais difícil do século XX, no lugar mais improvável:
Alemanha, durante os tempos do nazismo.
Um jovem teólogo, que entendia que há o que ele chamava de graça barata e graça preciosa.
A barata, segundo ele, é a graça sem remissão de pecados, sem arrependimento, sem mudança de vida e sem discipulado, porque não se traduz em vida com Deus.
A preciosa, é a graça que custou caro, porque o preço pago foi o que Jesus pagou com sua vida.
Discipulado Capítulo 1: A Graça Preciosa

Essa graça é preciosa porque chama ao discipulado; é graça porque chama ao discipulado de Jesus Cristo; é preciosa por custar a vida ao ser humano; é graça pois só assim dá vida ao ser humano; é preciosa porque condena o pecado; é graça porque justifica, perdoa o pecador. É preciosa sobretudo porque foi preciosa para Deus, porque lhe custou a vida de seu Filho — “Porque fostes comprados por preço” (1Co 6.20) — e portanto não pode ser barato para nós o que custou caro para Deus.

Ela gera responsabilidade.
Faz com que vivamos para tornar o Reino de Deus conhecido, discipulando pessoas para Jesus.
Esta foi a vida de Dietrich Bonhoeffer, executado em um Campo de Concentração, porque acreditava que o Evangelho tinha que ser vivido no caos que foi a Alemanha naquele tempo.
Criou o que foi chamado de Igreja Confessante, porque a oficial, ao invés de estudar a Bíblia, passou a adotar o livro de Hitler, com suásticas nas paredes e nos púlpitos.
Para ele, a vida de um discípulo era viver como um cidadão do Reino de Deus.
Por isso, foi às últimas consequências, pagando com sua vida.
Como muitos, que entenderam o chamado de Jesus para o discipulado.
Somos discípulos para levar o Reino a quem não o conhece.
E a melhor forma de levar este reino é vivendo como um cidadão do Reino.
Precisamos conhecer sobre o Reino (Palavra) e vive-la (praticando a Palavra)
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