O livro de Ezequiel (3)

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Ezekiel 36:25–27 NAA
25 Então aspergirei água pura sobre vocês, e vocês ficarão purificados. Eu os purificarei de todas as suas impurezas e de todos os seus ídolos. 26 Eu lhes darei um coração novo e porei dentro de vocês um espírito novo. Tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. 27 Porei dentro de vocês o meu Espírito e farei com que andem nos meus estatutos, guardem e observem os meus juízos.

INTRODUÇÃO

O cerco contra Jerusalém havia agora chegado ao fim. A época era cerca de dois anos após as profecias e acontecimentos descritos ( 24.1-2; 26.1). Mas antes de Ezequiel profetizar sobre a queda da cidade, ele registra como Deus julgará as nações e cidades gentias que rodeavam Judá. As nações vizinhas mais próximas (Amom, Moabe, Edom e Filístia) são as primeiras a serem denunciadas (25.1-17). Então Tiro e Sidom, duas orgulhosas cidades comerciais, são condenadas por meio de declarações detalhadas (26.1—28.26). A descrição de como Deus pretende julgar o Egito recebe os maiores detalhes (29.1—32.32).
Deus recapitula com Ezequiel a sua responsabilidade qual vigia. (33.17). Ezequiel repreende os falsos pastores que abandonaram o rebanho para apascentar a si mesmos. Deus, o Pastor Perfeito, ajuntará as ovelhas dispersas e as trará a um pasto opulento, nos montes de Israel. Ali suscitará sobre eles um só pastor, ‘o Seu servo Davi’. (34.23) Ezequiel profetiza mais uma vez a desolação para o monte Seir (Edom). No entanto, os lugares devastados de Israel serão reconstruídos, pois Deus terá compaixão de seu santo nome, para o santificar perante as nações. Dará a seu povo um coração novo e um espírito novo, e a sua terra se tornará outra vez “como o jardim do Éden”. (36.35).
Ezequiel vê a seguir uma visão de Israel representado por um vale de ossos secos. Ezequiel profetiza sobre os ossos. Estes começam miraculosamente a ter outra vez carne, fôlego e vida. Assim abrirá Deus as sepulturas do cativeiro em Babilônia e restaurará Israel outra vez na sua terra. Ezequiel toma duas varetas que representam as duas casas de Israel, Judá e Efraim. Tornam-se uma só vareta na sua mão. Assim, quando Deus restaurar a Israel, serão unidos num só pacto de paz sob o Seu servo “Davi”. (37.24).

CAPÍTULO 25

Profecias contra Amom, Moabe, Edom e Filisteus

No capítulo que abre esta passagem, os amonitas, moabitas, edomitas e filisteus são denunciados pelo orgulho e gozosa atitude ante a sina de Judá, principalmente pelas injustiças e indignidades que haviam cometido contra o povo de Deus no dia de sua tribulação.
Neste capítulo temos a sua profecia:
I. Contra os amonitas, (vs. 1-7)
II. Contra os moabitas, (vs. 8-11)
III. Contra os edomitas, (vs. 11-14)
IV. Contra os filisteus (vs. 15-17).
Cada uma delas foi acusada por sua conduta bárbara e insolente para com o Israel de Deus. Por esta razão, Deus ameaça colocar em suas mãos o mesmo cálice de vacilação. O fato de Deus se ressentir dessa maneira seria um encorajamento para Israel acreditar que embora Ele os tivesse tratado tão severamente, ainda assim não os havia rejeitado, mas ainda os reconheceria e defenderia a sua causa.

CAPÍTULO 26 e 27

Profecia e Lamentação sobre Tiro

O profeta logo terminou de falar sobre essas quatro nações contra as quais ele se opusera nos capítulos anteriores, pois elas não eram muito importantes no mundo naquele tempo. A sua destruição não provocaria um grande clamor entre as nações, nem teria importância na história. Mas a cidade de Tiro é a próxima a ser levada ao tribunal.
Tiro possuía uma longa história como um centro comercial renomado. Mesmo no tempo da profecia de Ezequiel era um centro de grande poder mercantil. Tiro foi uma cidade afamada (26.17), forte no mar. Ela tinha ciúmes de Jerusalém, porque havia sido um centro comercial entre a Babilônia e o Egito, e, portanto, a porta dos povos (26.2). A queda de Jerusalém significaria que o comércio se voltaria para Tiro e ela prosperaria. Tiro foi egoísta. O seu interesse material era grande.
Por isso, aqui estão três capítulos inteiros, este e os dois que se seguem, usados na predição da destruição de Tiro. Ezequiel dedica mais espaço a Tiro, "A Veneza da Antiguidade ", do que qualquer outro escritor do antigo testamento. Temos “o peso de Tiro”, Isaías 23. Ela é mencionada em Jeremias, compartilhando a calamidade universal com os nativos, cap. 25.22; 27.3; 47.4. Porém é ordenado a Ezequiel que seja copioso sobre este assunto, o profeta prediz a derrota deste grande poder naval.
Neste capítulo, temos:
I. O pecado do qual o povo de Tiro foi acusado:
exultar na destruição de Jerusalém, (v. 2).
II. A destruição de Tiro é profetizada.
A amplitude dessa destruição: ela será totalmente destruída, (vs. 4-6,12-14. 2). Os instrumentos dessa destruição, muitas nações (vs. 3), e o rei da Babilônia, pelo nome, com o seu exército enorme e vitorioso, (vs. 7-11. 3). A grande surpresa que isto causaria às nações vizinhas, que se admirariam com a queda de uma cidade tão grande e se assustariam com isso, (vs. 15-21).
Ainda assistindo ao funeral de Tiro e as lamentações provocadas pela queda daquela famosa cidade. Neste capítulo, 27, Tiro possuía uma grande frota de navios mercantes. Tiro está representada por um elegante navio manobrado por marinheiros das cidades fenícias, que estava no auge de sua força (vs. 1-9a), ricamente carregado com mercadorias de muitas nações (vs. 9b-25a), que naufragou para consternação e lamentação dos navegantes, Deus no seu julgamento destruiria o navio, o que torna a sua destruição ainda mais lamentável. (25b -36).
Compare-se este capítulo com Ap 18, onde o julgamento divino destrói o centro comercial do mundo (ver Ap 18.2-9 notas). Biblia de Estudos Pentecostal pag. 302, Novo Comentario da Biblia, pag 1365

CAPÍTULO 28

Profecia contra o Rei de Tiro

Duas profecias formam esse ca­pítulo. A primeira e maior que va­mos analisar é contra o rei de Tiro; a menor, contra Sidom (Ez 28.20-26).
Rei de Tiro (Itobal)
Os vs. 11 a 19, embora apresentados como um hino fúnebre ao rei de Tiro, dificilmente podem ter sua aplicação limitada a esse príncipe. As figuras usadas vão além da referência local, Ao considerar o caráter e as atividades do rei literal de Tiro em visão, Ezequiel viu mais longe, por revelação divina, e enxergou o ser invisível mais poderoso a quem o rei de Tiro servia. Por isso, a maioria dos intérpretes da Bíblia acreditam que Ezequiel 28.11-19 seja uma profecia dupla, comparando o orgulho do rei de Tiro ao orgulho de Satanás. Da mesma forma, foi permitido que Isaías enxergasse além do rei literal de Babilônia.
Isaías 14.4
“Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.”
...e visse Satanás, cujo caráter e política era reproduzido por aquele. Foi o Espírito Santo quem planejou e unificou as Escrituras, e foi Ele que providenciou que fossem dadas informações suficientes sobre todos os assuntos essenciais, inclusive a história de Satanás.
A ocasião envolvida na passagem em questão era especialmente apropriada, uma vez que o príncipe de Tiro havia imitado de maneira tão notável o exemplo de seu verdadeiro líder, o diabo. À luz do grande conflito, a nação de Tiro, juntamente com todas as nações pagãs, era controlada pelos princípios desse grande líder rebelde, e a influência dele na história dessas nações precisava ser devidamente exposta.
Como Satanás, o rei humano de Tiro era orgulhoso. Ao invés de reconhecer a soberania de Deus, o rei de Tiro atribuía as suas riquezas à sua própria sabedoria e força. Não satisfeito com a sua posição extravagante, o rei de Tiro queria mais e mais, resultando em Tiro se aproveitando de outras nações, expandindo a sua própria riqueza à custa dos outros. Entretanto, assim como o orgulho de Satanás causou a sua queda e, eventualmente, causará a sua destruição eterna, assim também a cidade de Tiro perderá a sua riqueza, poder e posição. A profecia de Ezequiel sobre a destruição total de Tiro foi cumprida parcialmente por Nabucodonosor (Ezequiel 29.17-21) e finalmente por Alexandre, o Grande em 332 A.C.
Antes de sua queda, Satanás era de fato uma bela criatura (Ezequiel 28:12-13). Ele foi talvez o mais belo e poderoso de todos os anjos. A frase "querubim guardião" possivelmente indique que Satanás era o anjo que "guardava" a presença de Deus. O orgulho causou a queda de Satanás. Em vez de dar glória a Deus por criá-lo tão belo, Satanás teve orgulho de si mesmo, achando que ele mesmo era o responsável por seu estado exaltado. A rebelião de Satanás resultou em Deus expulsando Satanás de Sua presença e vai também eventualmente resultar em Deus condenando Satanás ao lago de fogo por toda a eternidade (Apocalipse 20:10).

CAPÍTULO 29 a 32

Profecia contra o Egito e Faraó

Tivemos três capítulos relativos a Tiro e seu rei. Seguem-se quatro capítulos relativos ao Egito e seu rei. Considerando que o Egito era um grande poder mundial, que governava nações e aspirava o domínio universal (29:15), o profeta o trata em escala cósmica. O julgamento do Egito seria "o dia do Senhor" (30:3). A queda desta grande nação seria sentida através de todo o mundo (32:10), enquanto até a criação estremeceria (31:15). O mundo ficaria sabendo que Deus é o Senhor (30:19,26).
Os sete oráculos descrevem de diversos modos o juízo divino sobre o Egito:
1) Faraó como um monstro marinho ou crocodilo seria lançado fora para ser devorado, e a nação seria restaurada em condição mais humilde depois de quarenta anos (29:1-16).
2) O Egito seria entregue a Nabucodonosor como recompensa por seu cerco inútil a Tiro (29:17-21).
3) O Egito sendo vencido junto com os seus afiados, sua riqueza, príncipes e cidades (30:1-19).
4) Os braços do Egito seriam quebrados pelos braços do rei da Babilônia (30:20-26).
5) Numa alegoria, Faraó, o cedro magnífico, é cortado e vai para o além em desgraça (31:1-18).
6) Uma lamentação sobre Faraó, o crocodilo do Egito, destruído pelo rei da Babilônia (32:1-16).
7) Um cântico fúnebre pela descida do Egito ao inferno (32:17-32).

CAPÍTULO 33

O dever do verdadeiro Atalaia

Neste capítulo acumula os ensinamentos da vocação original de Ezequiel (3.16-27) coma doutrina sobre a responsabilidade (18.1-32).
Ezequiel indica que o profeta não passa de instrumento através do qual os princípios do novo reino e da maneira de se entrar nele são anunciados. Exatamente como o atalaia deve advertir os habitantes de uma cidade quanto aos perigos, assim o profeta deve fazer soar a advertência divina contra o pecado (vs. 1-9). Em resposta ao desespero do povo diante do seu castigo, Ezequiel enuncia lembretes da boa vontade de Deus e sua perfeita justiça (vs. 10-20). Os presunçosos sobreviventes da queda de Jerusalém em Judá não teriam futuro (vs. 21- 29), mas antes, os propósitos divinos seriam elaborados através dos que estavam no exílio (vs. 30-33).
Uma outra profecia anunciada logo após a notícia da queda de Jerusalém relacionava-se com a atitude do povo em relação a Ezequiel. Eles gostavam dele, como lemos:
Ezekiel 33:30 NAA
30 — Quanto a você, filho do homem, os filhos do seu povo falam de você junto às paredes e nas portas das casas, dizendo um ao outro, cada um ao seu irmão: “Venham, vamos ouvir a palavra que procede do Senhor.”
Eles contam um ao outro que o profeta é um homem de quem eles podem ouvir a palavra que procede do Senhor (30). Ezequiel é para eles uma canção de amores (vs. 32), especialmente quando profetiza sobre restauração e esperança, como ele agora está fazendo. Ele chega a ter “uma bela voz e que sabe tocar um instrumento”. Ele se tornou um pregador realmente popular! Puro engano! Eles ouvem as suas palavras, mas não as põem por obra (vs. 31).
Ezekiel 33:33 NAA
33 Mas, quando isso vier — e certamente virá —, então saberão que um profeta esteve no meio deles.
Como o profeta tinha dito diversas vezes. Conhecerão o Senhor melhor, quando as profecias de calamidade se realizarem, um tema constante deste livro. Neste versículo, é o profeta que ficará conhecido; seu verdadeiro caráter se manifestará: verão que era um profeta de Deus.

CAPÍTULO 34

Profecia contra os pastores infiéis de Israel

Enquanto o profeta é chamado de atalaia, os governantes de Israel são aqui chamados de pastores. Estão incluídos os reis, os príncipes e os magistrados, também os sacerdotes e levitas.

As três divisões do capítulo:

1. A promessa de condenação dos pastores infiéis (1-10).
2. A promessa do cuidado divino para com o rebanho (11-22).
3. A promessa da nomeação de Davi como pastor (23-31).
1. A promessa de condenação dos pastores infiéis (1-10).
Esses têm sido pastores infiéis para com o povo de Deus. (vs 2) ... "Ai dos pastores infiéis que apascentam a si mesmos". Eles não têm sustentado o rebanho do Senhor Israel. Em vez disso, eles estão mais preocupados em alimentar-se a si mesmos e estar bem vestidos. Eles não tiveram misericórdia para com a ovelha doente nem com a que estava ferida.
2. A promessa do cuidado divino para com o rebanho (11-22). A elimi­nação dos falsos pastores era pré-requisito indispensável para que se levantasse um libertador divino: "... livrarei as minhas ovelhas da sua boca".Essa vigilância divina é apre­sentada numa linguagem repleta de beleza. "Eu, eu mesmo, procurarei [...] e as buscarei [...] Livrá-las-ei [...] Tirá-las-ei [...] e as farei vir [...] tra­rei à sua terra [...] e as apascentarei [...] se deitarão numa boa malhada [...] ligarei [...] fortalecerei".
3. A promessa da nomeação de Davi como pastor (23-31). Davi tipificava o Pas­tor misericordioso e sublime que efe­tuaria de modo perfeito os propósitos de Deus. Na plenitude dos tempos, o Filho do grande Davi, maior que ele, surgiu como o Bom Pastor e deu a vida pelas ovelhas. O Messias é chamado 'Davi'.
Isaiah 55:3 NAA
3 Deem ouvidos e venham a mim; escutem, e vocês viverão. Porque farei uma aliança eterna com vocês, que consiste nas fiéis misericórdias prometidas a Davi.
Em Jeremias 30.9 e em Oséias 3.5". Esse grande capítulo se encerra com a absoluta certeza de que o povo escolhido de Deus será o seu rebanho, e ele, o seu Deus (Ez 34.31).

CAPÍTULO 35

Profecia contra o monte de Seir

O profeta já entregou um oráculo contra Edom (Ez. 25.12-14), então por que outro? E por que o novo oráculo foi registrado no meio do texto que trata da restauração de Israel? Provavelmente Edom representa todas as nações pagãs que devem ser rebaixadas, antes que Israel possa levantar-se como chefe das nações. A destruição de Edom talvez seja um sinal do início dos julgamentos de Deus contra o mundo pagão. O julgamento se baseará em como cada nação tratou Israel (entre outros fatores).
Genesis 12:3 NAA
3 Abençoarei aqueles que o abençoarem e amaldiçoarei aquele que o amaldiçoar. Em você serão benditas todas as famílias da terra.
O presente oráculo, muito mais detalhado do que em 25:12-14, foi devido ao comportamento hostil de Edom contra Judá depois de 586 A.C. Israel precisava ficar livre dos vizinhos hostis antes das bênçãos da nova dispensação começarem (36:1-7).

CAPÍTULO 36

Profecia contra os montes de Israel

Vimos a questão do Monte Seir, que foi assolado, e entendemos que assim ficará. Agora vamos nos dirigir, junto com o profeta, às montanhas de Israel, que também encontraremos assoladas, mas que, antes de terminar esse capitulo, esperamos ver numa condição melhor.
Nesse capítulo existem duas profecias distintas:
I. Aqui lemos uma profecia que nos parece estar principalmente relacionada com o estado temporal dos judeus. Nela é descrita a sua atual e deplorável situação, assim como os triunfos dos seus vizinhos. Mas foi prometido que as suas aflições serão aliviadas e que, no devido tempo, eles voltarão a habitar a sua terra, em meio à paz e à abundância, (vs. 1-15).
II. E aqui há outra profecia que parece estar relacionada principalmente com a sua condição espiritual, segundo a qual devem se lembrar dos seus antigos pecados e dos castigos que Deus lançou sobre eles. Devem se humilhar sob a poderosa mão de Deus pelos pecados que praticaram, (vs.16-20).
Foi prometido, 1. Que Deus glorificaria a Si mesmo ao mostrar a Sua misericórdia a favor deles, (vs. 21- 24). 2. Que Deus os santificaria, concedendo-lhes a Sua graça e preparando-os para o Seu serviço. Estas bênçãos seriam concedidas em resposta às orações deles e por amor ao precioso e santo nome do Senhor, (vs. 25-38).
Ezekiel 36:26 NAA
26 Eu lhes darei um coração novo e porei dentro de vocês um espírito novo. Tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne.
Este versículo repete a promessa da em (11.19) mas, quando esta foi pronunciada pela primeira vez, a nação idólatra ainda existia; por isso a promessa foi acompanhada por uma sentença contra os idolatras, (11.21). Agora, nas novas circunstâncias, desenvolve-se a profecia de restauração total, física e espiritual.
Ezekiel 36:27 NAA
27 Porei dentro de vocês o meu Espírito e farei com que andem nos meus estatutos, guardem e observem os meus juízos.
É a principal entre as promessas divinas que Ezequiel repete para o povo. Já houve o caso do Espírito cair sobre o profeta (11.5), mas nem ele, como único atalaia no cativeiro, podia dizer que Deus tinha posto Seu Espirito dentro de Ezequiel. A presença do Espírito Santo dentro do homem depende inteiramente da obra de Jesus Cristo (Jo 16.7-14). Esta presença começou no dia de Pentecostes.

CAPÍTULO 37

A visão de um vale de ossos secos

A primeira parábola desse capí­tulo ocupa-se da visão simbólica de Ezequiel acerca da restituição da vida nacional a um povo disperso e sem esperança. No espetáculo mis­terioso e surpreendente do vale de ossos secos, ouvimos o vento mover-se sobre os ossos disjuntos, depois os vemos unir-se, revestidos de nervos, de carne e de pele, levantando-se como um exército vivo. Tudo isso é uma parábola da recriação de Israel como povo e nação. Que gloriosa res­surreição aguarda aqueles sobre quem Ezequiel profetizou! Para, con­tudo, reconhecer o real valor dessa gloriosa ressurreição, examinemos a então desesperança de Israel:

“... um vale [...]cheio de ossos.”

Es­ses ossos secos não estavam amon­toados, mas abundantemente espa­lhados sobre a face do vale —figura da dispersão, da desolação e do mas­sacre por forças invasoras. Esses os­sos dispersos já estavam "sequíssimos", o que mostra que havia mui­to estavam sem vida. Esses ossos sem medula quararam pela longa exposição ao ar —símbolo da sequidão e da esterilidade espiritu­al de Israel, em razão do seu pecado e do cativeiro decorrente.

“... poderão viver estes ossos?”

Da perspectiva humana, não. Não ha­via nenhuma esperança de a nação se reconstituir, senão pela onipotên­cia divina. "Senhor Deus, tu o sabes." O profeta sabia, e o povo, ao receber dele a profecia, foi levado a perceber que "o impossível para os homens é perfeitamente possível a Deus". As­sim, falando em nome de Deus, Ezequiel profetizou sobre os ossos, mostrando que o povo disperso e ain­da rebelde ouviria a mensagem de sua futura "ressurreição", a qual se daria de fato. Quando Ezequiel pro­fetizou, houve "um ruído", i.e., os ossos se ajuntaram uns aos outros e foram revestidos de nervos, carne e pele. Mas, unidos, os ossos antes se­cos e espalhados apenas formavam cadáveres de má aparência. Precisa­vam de vida.

“... assopra sobre estes mortos para que vivam.”

Pelo poder da palavra criadora de Deus, a vida entrou na­queles corpos rejuntados, e eles se puseram de pé como "um exército grande em extremo". Assim como Deus formou o homem do pó da ter­ra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, fazendo-o alma vivente (Gn 2:7), assim Israel devia acreditar que o mesmo Deus abriria suas sepultu­ras, trazendo o povo de volta à terra de Israel (Ez 37:12). O ensino, por­tanto, dessa vivida parábola é que "o Israel revigorado é aquele barro do qual Deus formará o povo do seu reino eterno".

Parábola dos dois pedaços de pau (Ez 37.15-28)

Na primeira, pela figura da revigoração dos ossos secos, Deus mostrou seu poder de cumprir a promessa de res­surreição espiritual de Israel; na se­gunda, ele acrescenta a essa men­sagem específica o que antes apenas se supunha: que as duas nações de Israel, há muito separadas, se­rão reunidas e prósperas sob o go­verno do futuro Davi [...] Essas pro­messas preparam o caminho para o grande e definitivo ataque (38,39) —e também para a derrota— de to­dos os seus inimigos pelo poder de Deus".
Ezequiel recebe instruções de pegar dois pedaços de pau e escre­ver neles Por Judá, e Por José [...] e por toda a casa de Israel. Esses pauzinhos deveriam ser unidos, para se tornarem um só na mão do profe­ta. Os dois representavam os dois reinos. Após a morte de Salomão, o reino unido dividiu-se —dez tribos tomando n. partido de Jeroboão e co­nhecidas como Casa de Israel, e as outras duas permanecendo com Roboão, sucessor de Salomão, conhe­cidas como Casa de Judá. Sem dúvida, os dois peda­ços de pau foram moldados de for­ma que, quando juntos, parecessem um só —parábola ou profecia em ação acerca da união fraternal que fará das dez tribos e as outras duas uma nação indissolúvel sob o Rei da aliança. Cessarão todas as divisões, e, com a unificação de Israel, os in­teresses da nação se consolidarão.
INTRODUÇÃO
Daí virá uma invasão de outra parte! Gogue de Magogue, atraído para o ataque pela torturante paz e prosperidade do povo restaurado de Deus, fará o seu ataque frenético. Ele se precipitará para os engolfar. Nisto Deus se levantará no fogo da sua fúria. Fará com que a espada de cada um se volte contra seu irmão, trará sobre eles a pestilência e o sangue e uma descarga de chuva de pedras, fogo e enxofre. Sucumbirão sabendo que Deus é “o Santo em Israel”. (39.7) O seu povo acenderá fogos com o destroçado equipamento de guerra do inimigo e enterrará os ossos no “Vale da Massa de Gente de Gogue”. (39.11) As aves de rapina comerão a carne e beberão o sangue dos abatidos. Dali em diante, Israel habitará em segurança, não havendo ninguém para os atemorizar, e Deus derramará sobre eles o seu Espírito.
Deus transporta Ezequiel numa visão à terra de Israel e o coloca sobre um monte muito alto. Aqui, em visão, ele vê um templo e “ao sul algo como a estrutura de uma cidade”. Um anjo lhe instrui: “Conta à casa de Israel tudo o que estás vendo.” (40.2,4). Daí, mostra a Ezequiel todos os pormenores do templo e seus pátios, medindo os muros, os portões, as saletas da guarda, os refeitórios e o próprio templo, com o seu lugar Santo e o Santíssimo. Leva Ezequiel à porta oriental. “E eis que vinha a glória do Deus de Israel da direção do leste, e sua voz era como a voz de vastas águas; e a própria terra brilhava por causa da sua glória.” (43.2). O anjo instrui plenamente a Ezequiel relativo à Casa (ou templo); o altar e seus sacrifícios; os direitos e os deveres dos sacerdotes, dos levitas e do maioral e a repartição das terras. O anjo traz Ezequiel de volta à entrada da Casa, onde o profeta vê saírem águas do limiar da Casa para a banda do oriente, do lado sul do altar. Começam como um fio de água que fica cada vez maior até virar uma torrente. Daí, corre para o mar Morto, onde os peixes passam a viver e surge uma indústria pesqueira. Em ambos os lados da torrente, árvores fornecem alimento e cura para as pessoas. A visão dá em seguida as heranças das 12 tribos, não despercebendo os residentes estrangeiros e o maioral, e descreve a cidade santa ao sul, com os seus 12 portões chamados segundo as tribos. A cidade há de ser chamada por um nome mui glorioso: “O Próprio Deus Está Ali.” (48.35).

CAPÍTULO 38 e 39

Gougue e Magogue

Estes capítulos descrevem de maneira apocalíptica o livramento divino do Seu povo de uma invasão sem paralelos por um inimigo temível. Israel estará restaurada em sua terra (34.12, 13, 15, 23, 27) e convertida (36:24.28). Deus habita no meio deles (37.21-28), e a nação vive em prosperidade e segurança (38:8, 11, 12, 14). Seus inimigos vizinhos já não a molestam (25-32; 36.36). Então no futuro distante (38.8, 16), tem lugar uma invasão anteriormente predita (38.17; 39.8) por nações habitando nos limites do mundo (cons. Is. 66.19). Elas vêm como uma nuvem (38.9, 16) – Gogue da terra de Magogue, e seus afiados, Rosh (?), Meseque e Tubal (38.2, 3), das regiões do extremo norte (38.15; 29.2), junto com a Pérsia, Cush e Pute (38.25) e Gômer e Togarma, com suas hordas do norte (38.6). As nações comerciantes de Seba, Dedã e Társis e suas cidades (38.13) também estão interessadas nesta invasão. Gogue vem orientado pelo Senhor (38.4-7, 16; 39.2, 3), mas também por sua própria iniciativa, incitado por sua ganância (38.10- 14).
De todos os profetas Ezequiel é o único que coloca "aquele dia" (38.10, 14, 18, 19; 39.11) depois de Israel desfrutar a restauração e a prosperidade em sua terra. Israel é milagrosamente preservada, mas as hordas de Gogue são destruídas por um terremoto, lutas internas, pragas, chuvas torrenciais, fogo e enxofre (38.19-22), como também pela derrota na batalha (39.3, 4). Suas armas abandonadas servirão de combustível para Israel durante sete anos (39.9, 10). Serão precisos sete meses para o sepultamento dos seus cadáveres (39:11-15), e também os seus corpos e sangue virão a uma festa para as aves e os animais (39.17-20). O resultado desta batalha será que as nações hão de saber que Deus é o Senhor (38.16, 23; 39.6, 7, 21, 23; cons. Is. 45.23), enquanto que Israel jamais precisará duvidar da proteção do seu Deus (39.22; com. 39.25 -29).
São três as opiniões divergentes sobre estes capítulos.

I - Eles constituem uma parábola profética

ilustrando uma grande verdade e não se referindo a nenhum acontecimento histórico específico. As ilustrações de Ezequiel freqüentemente têm detalhes que não podem ser literalmente forçados (por exemplo, 16:46-51, 53-56, 61) mas fazem parte do aspecto da história. Aqui as imagens elaboradas e misteriosas expressam uma grande verdade. Para Israel na Babilônia esta profecia dava a certeza de que, uma vez restaurada à sua terra, o poder de Deus a protegeria dos piores inimigos imagináveis.

II - Eles são uma descrição simbólica

de algum acontecimento futuro. Eles são uma descrição simbólica de algum acontecimento futuro. Alguns mestres adotam a opinião de Hengstenberg de que esta seção descreve o conflito final da nação de Israel com inimigos não identificados. A interpretação mais tradicional de Havernick e Keil vê isto como a luta final e catastrófica entre a Igreja e as forças do mundo, e o triunfo da verdade divina sobre todas as formas de mundanismo. Este ponto de vista permite que a narrativa seja uma fonte de conforto para Israel e para a Igreja, mas restringe-a a um cumprimento muito distante.

III- Eles apresentam uma descrição literal

de um futuro ataque a Israel. Desde Jerônimo até os nossos dias, Gogue tem sido diversamente identificado como os babilônios; os citas; Cambises, rei da Pérsia; Alexandre, o Grande; Antíoco, o Grande; Antíoco Epifânio; Antíoco Eupator; os partas; Mitrídates, rei do Ponto; os turcos de Suleiman; os turcos e os cristãos; os descendentes armênios dos citas.
Diversos estudiosos sugerem que Magogue representava vários países: Pérsia, Síria, Cítia, e uma confederação dos poderes do norte da Europa incluindo a Rússia (Rosh; Meseque e Tubal como Moscou e Tobolsqui) e a Alemanha (Gômer).
“A tradução grega do Antigo Testamento, a Septuaginta, que aparece mais ou menos trezentos anos antes de Cristo e que foi citada muitas vezes por Jesus e pelos escritores do Novo Testamento, diz neste lugar: "Eis que Tubal..."; assim também consta na tradução alemã feita por Menge. Que esta designação se refere ao império russo está fora de dúvida. Gogue é o símbolo para a expressão cabeça ou imperador de todos os russos. Magogue, igualmente, uma expressão simbólica, é a terra. Caso ainda persistam dúvidas com relação à pergunta de quem se trata aqui, seja dito nesta oportunidade quais eram os nomes das antigas capitais do império russo: a sede governamental da Sibéria ou capital asiática é Tubal ouTobolsk, enquanto que a capital européia, desde a grande ofensiva de Napoleão era Meseque, que mais tarde passou a ser chamada de Moscou. O nome Moscou manteve-se até hoje. Mais adiante, afirma o mesmo autor: Tendo como base as descobertas arqueológicas, sabemos que estas tribos [antepassados dos russos e de outros europeus orientais] se estabeleceram ao norte do mar Negro, tendo-se estendido então ao sudeste até os últimos limites da Europa. Flávio Josefo as localizou entre outras no Leste da Alemanha, na Polônia e na Checoslováquia. O Talmude judaico confirma esta figura geográfica. Concluímos disto que Gômer e suas hordas são povos que se localizam atrás da cortina de ferro na Europa Oriental. Isto incluiu a Alemanha Oriental e os países eslovacos” ALMEIDA, Abraão de, Israel, Gogue e o Antocristo pag 84, CPAD
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