LAGRIMAS DE ESPERANÇA:

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Mas, afinal de contas, o que o livro de Lamentações tanto lamenta? Muito provavelmente, esse livro foi composto por ocasião da destruição do templo e da cidade de Jerusalém promovida pelo rei babilônio Nabucodonosor, por volta do ano 586 a.C., ou foi escrito bem perto dessa época. Logo após o cerco e a captura da cidade sagrada, boa parte dos habitantes de Judá foi levada ao exílio na Babilô- nia. Pela dramaticidade e vivacidade dos lamentos registrados no livro, é bem pro- vável que seu autor tenha sido uma testemunha ocular desses fatos. Apesar de a autoria do livro permanecer anônima, ela tem sido tradicionalmente atribuída ao profeta Jeremias, visto ter sido ele testemunha da queda de Jerusalém e, muito antes disso, alguém que registrou vários lamentos por causa da ruína moral e da corrupção espiritual do seu povo, as quais acabaram por ocasionar sua destruição.
(Jr 7.29; 8.21; 9.1,10,20; cf. 2Cr 35.25).
Em todo caso, independentemente de Jeremias ter sido ou não seu autor, o que importa saber ao meditarmos nesse livro é o significado do sofrimento daquele povo e o que isso tem a nos ensinar como povo de Deus hoje. Vejamos então o primeiro poema de Lamentações, que nos possibilitará res- ponder basicamente a duas perguntas:
1. Como o pecado fez o povo de Deus sofrer naquela ocasião e como nos faz sofrer hoje?
2. O que devemos fazer diante do sofrimento causado pelo pecado?
A angústia do pecado:
Quanto à primeira pergunta, sobre como o pecado nos faz sofrer, de acordo com Lamentações 1.1,2, ele primeiro nos engana:
“Como está solitária a cidade que era tão populosa! A que era grande entre as nações tornou-se como viúva! A princesa das províncias tornou-se escrava! Chora amarga- mente de noite, e as lágrimas escorrem pelo rosto; nenhum dos seus amantes con- segue consolá-la; todos os seus amigos a traíram, tornando-se seus inimigos.”
Por quase quatrocentos anos, a cidade de Jerusalém havia sido a grande capital construída pelo rei Davi e a sede do magnífico templo construído por Salomão, o símbolo da presença de Deus no meio de seu povo e o orgulho da nação de Israel.
Mesmo após diversas intervenções militares ocorridas na região no decorrer dos séculos — como a que resultou na queda de Samaria e do Reino do Norte (Israel) nas mãos dos assírios em 722 a.C. —, Jerusalém e o Reino do Sul (Judá) tinham permanecido de pé diante de todos os invasores que os haviam cercado.
Apesar de Deus ter enviado profetas a Jerusalém e Judá por quase duzentos anos a fim de alertar o povo, anunciando sua destruição iminente por causa da idolatria e da imoralidade, os líderes e os demais habitantes daquela cidade e da província tinham a falsa segurança de que ninguém jamais seria capaz de conquistar a Cidade Santa, a habitação de Deus na terra.
Pois bem, foram grandes a surpresa, o choque, o horror e o terror daquela gente quando, enfim, as palavras dos profetas se cumpriram e a cidade caiu, contrariando todas as expectativas de seus habitantes.
DEUS PREFERIU TER A CIDADE E O TEMPLO DESTRUIDOS: DETALHE, POR UM POVO PAGÃO, A TER SEU NOME DESONRADO PELA VIDA INÍQUA DE SEU POVO.
A cidade de Jerusalém, antes populosa, agora estava solitária. A nação de Israel, antes grandiosa. O TEXTO DIZ QUE parecia uma viúva desamparada, EM ANGUSTIA PROFUNDA. COMPLETAMENTE DESOLADA.
A província de Judá ERA LIVRE, AUTOMA, GOVERNADA PELO DEUS TODO-PODEROSO.
TORNOU-SE ESCRAVA. A que anteriormente não parava de celebrar e ser celebrada agora não parava de chorar, PIOR, NÃO TEM NINGUÉM PARA CONSOLAR.
Todavia, segundo Lamentações 1.3-7 “Em aflição e sob trabalhos forçados, Judá foi levado ao exílio. Vive entre as nações sem encontrar repouso. Todos os que a perseguiram a capturaram em meio ao seu desespero. Os caminhos para Sião pranteiam, porque ninguém comparece às suas festas fixas. Todas as suas portas estão desertas, seus sacerdotes gemem, suas moças se entristecem, e ela se encontra em angústia profunda. Seus adversários são os seus chefes; seus inimigos estão tranqüilos. O Senhor lhe trouxe tristeza por causa dos seus muitos pecados. Seus filhos foram levados ao exílio, prisioneiros dos adversários. Todo o esplendor fugiu da cidade de Sião. Seus líderes são como corças que não encontram pastagem; sem forças fugiram diante do perseguidor. Nos dias da sua aflição e do seu desnorteio Jerusalém se lembra de todos os tesouros que lhe pertenciam nos tempos passados. Quando o seu povo caiu nas mãos do inimigo, ninguém veio ajudá-la. Seus inimigos olharam para ela e zombaram da sua queda.”
Uma a uma, o autor de Lamentações registra as consequências destruidoras do pecado de Jerusalém e Judá contra Deus, todas elas anunciadas com antecedência pelo profeta Jeremias.
Judá foi para o exílio, Deus já havia anunciado isso (cf. Jr 9.16; 10.18).
AS festas fixas de Jerusalém foram interrompidas e o templo foi arrasado, Deus já anunciara isso também (cf. Jr 7.13,14,34).
A Cidade Santa foi sitiada e arrasada, Deus já havia proclamado isso com antecedência (cf. Jr 4.16,17).
O povo padeceu de fome por causa do cerco de Jerusalém, Deus já o havia advertido disso (cf. Jr 8.13).
OS aliados de Judá veio em seu socorro, a fim de protegê-la da Babilônia, Deus já havia prenunciado isso também (cf. Jr 2.18,36,37).
Em suma, tudo que Deus, por intermédio do profeta Jeremias, havia prometido fazer contra Judá, por causa dos pecados que o povo praticava, ele cumpriu!
Aliás, para ser ainda mais preciso, tudo que Deus havia anunciado àquele povo em consequência dos seus pecados, por intermédio de todos os profetas que lhe enviou, já havia sido anunciado séculos antes, quando ele entregou a sua Lei a Israel por meio de Moisés (Dt 28.15-68).
Diante disso, podemos afirmar que, apesar de terem sido enganados por seu PROPRIO PECADO, os habitantes de Jerusalém e de Judá nunca foram enganados por Deus.
POR MAIS QUE, PARA ALGUNS, A PALAVRA DE DEUS PAREÇA TARDAR, ELE VAI FAZER CUMPRIR SUA PALAVRA.
O LIVRO DE JOSUÉ CAP 7. NARRA AS CONSEQUÊNCIAS GRAVISSIMAS PARA ISRAEL POR CONTA DO PECADO DE ACÂ.
Gl 6.7 “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá.”
Diante de todos esses fatos, Jerusalém não poderia deixar de reconhecer, mesmo que implicitamente, sua humilhação e vergonha perante Deus. Ou seja, por mais que o pecado possa nos trazer algum PRAZER, honra, ATÉ DE UM CERTO reconhecimento, a desonra e a vergonha vêm logo em seguida, não apenas diante dos homens (família, vizinhos, colegas, amigos), mas sobretudo diante de Deus.
SERÁ QUE NÓS, ASSIM COMO O POVO de Jerusalém e Judá, pensamos que por fazer parte do povo de Deus estamos isentos e imunes aos sofrimentos e às aflições decorrentes dos nossos pecados?
Será que estamos falsamente seguros por não experimentarmos ainda toda a aflição e o sofrimento do nosso pecado, tal qual os judeus sentiam-se seguros antes de serem derrotados pelos babilônios?
Quanto à segunda pergunta, sobre o que devemos fazer diante do sofrimento causado pelo pecado, de acordo com Lamentações 1.12-18, devemos primeiro reconhecer a justiça de Deus.
EU FICO PENSANDO...
SEMPRE QUE RECEBEMOS ALGO DE DEUS, CANTAMOS LOUVORES, DAMOS GLORIA, SAIMOS CONTANDO A BENÇÃO RECEBIDA, FAZEMOS CULTO DE AÇÃO DE GRAÇA, GOSTAMOS DE RECEBER HOMENAGENS PELAS CONQUISTAS, E POR AI VAI...
MAS
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