O serviço na carta aos hebreus

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O sacerdócio de Jesus e suas aplicações para nossas vidas

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Palavra iniciais

Hoje daremos mais um passo na série de mensagens “Vim para servir”. Esta é a sexta mensagem e se você não ouviu as anteriores, quero convidá-lo a fazer isso. Certamente o contexto das demais mensagens vai ajudá-lo no restante da série. As mensagens estão disponíveis em nossa página do facebook e em nosso canal do Youtube. Para ajudá-lo, vou fazer um breve resumo delas, que estão organizadas em três blocos.
No primeiro bloco de mensagens consultamos os evangelhos para olhar de perto o ensino de Jesus sobre o serviço.
Fomos surpreendidos com o pedido de João e Tiago para terem um posição de destaque entre os discípulo de Cristo e vimos Jesus dizer que o modo dele de lidar com o poder é diferente do modo como normalmente se vê. João e Tiago queriam poder em benefício próprio, mas Jesus disse que entre os discípulos dele o poder deve ser sempre para servir as pessoas.
Depois ficamos assombrados olhando Jesus lavar os pés de seus discípulos. De toalha nos ombros e bacia nas mãos, como escreveu Stênio Marcius, Jesus demonstrou que não estava disposto a abri mão de sua condição de servo. Ele amou e serviu os seus até o fim, inclusive Judas, deixando claro que apenas pelo poder de Deus operando em nós isso é possível.
Concluímos o primeiro bloco ouvindo Jesus denunciar os religiosos que abusavam da autoridade que tinham para impor regras e controlar as pessoas. Jesus disse que dava até pra aproveitar o ensino deles, mas que nem de perto deveríamos viver como eles viviam, fazendo de tudo para serem notados, reconhecidos e admirados.
No segundo bloco, esse em que estamos agora, estamos tentando ouvir a voz dos primeiros seguidores de Cristo. A proposta é avaliar o quanto o ensino de Jesus sobre servir influenciou o pensamento e a vida dos primeiros discípulos.
Primeiro vimos que o encontro de Jesus e Pedro, em volta de um fogueira, foi decisivo para o entendimento dele sobre serviço. Em um ambiente parecido com o da sua traição, Pedro foi chamado para servir ao Senhor, mas não antes de confessar seu amor por ele. Mais tarde, falando a outros presbíteros, e afirmou que o serviço deve ser de livre vontade, sem esperar retorno e com a finalidade nos tornarmos semelhantes a Jesus.
Domingo passado, foi a vez de escutarmos o apóstolo João, que fazia parte do círculo de amigos mais próximos de Jesus. Vimos que João foi moldado pela ideia de que servir não está desconectado de seguir. Isto significa que servimos para ser parecidos com Jesus, que veio para servir. Além disso, entendemos que o reconhecimento de quem serve está garantido, e virá do Senhor.

O Livro

Hoje vamos olhar para a Carta aos Hebreus e procurar os vestígios do ensino de Jesus sobre serviço.
A carta aos Hebreus é um livro provocativo. Possivelmente ela foi escrita no primeiro século da era cristã, porque alguns de seus trechos são citados por autores cristãos por volta do ano 98. Mas não é possível precisar quando. Nela há referências a Timóteo, pelo que pode ter sido escrita na mesma época em Paulo exerceu seu ministério.
Embora muita gente considere a carta como mais umas daquelas que foram escritas pelo apóstolo dos gentios, o vocabulário usado, os temas teológicos e a estrutura do texto não confirmam essa hipótese. Os outros candidatos são Apolo, Barnabé e Priscila, mas para cada um deles há restrições que tornam difícil confirmar a autoria.
A carta mistura exortações pastorais e ensino doutrinário, mas de uma forma diferente daquela que o apóstolo Paulo costumava fazer. A tônica é pastoral e o livro está cheio de orientações e conselhos para se viver a vida plena que Jesus prometeu, mas é o ensino doutrinário sobre o ministério (serviço) sacerdotal de Jesus que marca o livro do começo ao fim.
Quero começar com texto registrado em Hb 10.11.
Hebrews 10:11 NAA
11 Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, para exercer o serviço sagrado e oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados.

O serviço sacerdotal

No texto que lemos, no verso 11, o autor de Hebreus começa falando do serviço sagrado que era realizado pelos sacerdotes. Ele está se referindo à sistemática de culto da aliança que Deus firmou como os descendentes de Abraão, conhecidos também por hebreus. O autor reconhece que havia ali um serviço importante sendo realizado pelos sacerdotes, mas nos dá um pista de que o serviço que não era efetivo, não produzia resultados definitivos.
Durante a vida de uma pessoa, muitas vezes ela comparecia diante do sacerdote e oferecia sacrifícios a Deus pelos pecados que cometia. Havia um ritual elaborado e detalhado através do qual animais eram sacrificados e o sangue deles era aspergido no altar. Aquilo simbolizava que Deus havia perdoado os pecados, de maneira que o preço do pecado, que é a morte, havia sido imputado àquele animal, em vez de recair sobre a pessoa.
Para que isso acontecesse, uma tribo inteira dos descendentes de Jacó (ou Israel), os levitas, foram incumbidos dos serviços sacerdotais. A eles competir organizar o culto, desde o recebimentos dos animais, a limpeza do local, o fogo que assava os sacrifício, as escalas para serviço, as canções que faziam parte do momento, as preces e orações diante de Deus e a interceção pelos pecados do povo, pedindo a Deus que os perdoasse.
Um pouco antes do texto que lemos há um outro que explica alguns detalhes desse serviço. Vejamos:
Hebrews 9:1–7 VFL
1 A primeira aliança tinha regras para a adoração e também um santuário, feito por mãos humanas. 2 De fato havia um tabernáculo e a primeira área deste tabernáculo se chamava Lugar Santo. Neste Lugar Santo havia um candeeiro e a mesa com o pão especial que era oferecido a Deus. 3 Atrás da segunda cortina, havia um quarto que era chamado Lugar Santíssimo. 4 No Lugar Santíssimo, estavam o altar de ouro para o incenso e a arca da aliança, coberta totalmente de ouro. Nesta arca havia: uma urna de ouro contendo o maná, a vara de Arão que floresceu, e as tábuas da aliança. 5 Em cima da arca havia dois querubins, ao redor dos quais se manifestava a presença de Deus, e eles cobriam, com suas asas, o lugar onde os pecados eram perdoados. Nós, porém, não podemos falar detalhadamente sobre estas coisas agora. 6 Estando essas coisas assim dispostas, os sacerdotes entram todos os dias no Lugar Santo para realizar os serviços religiosos. 7 No Lugar Santíssimo, porém, só o sumo sacerdote entra somente uma vez por ano. Ele entra com sangue, o qual oferece tanto por si mesmo quanto pelos pecados de ignorância do povo.
O escritor de Hebreus é direto e claro ao dizer que todos aqueles sacerdotes paramentados, as cortinas multicoloridas, os muitos animais sacrificados, os artefatos de fé que lembravam a ação de Deus, as músicas e as orações feitas, nada daquilo é capaz de remover os pecados de um pessoa. Tanto que os sacrifícios se repetiam, ano após ano, um após o outro, num loop sem fim, mesmo que as pessoas envolvidas no culto gastassem suas vidas cuidando dos detalhes que exigiam atenção e dedicação.
Há muitas pessoas que buscam nos sacrifícios, nos paramentos, na dedicação em cumprir os detalhes, nos artefatos de fé, um caminho para a paz que tanto almejam, mas, da mesma forma que os sacerdotes da antiga aliança, elas correm o risco de repetir suas tentativas, sem que elas nunca funcionem de forma definitiva. Vivem enganadas e enganando-se a si mesmas.

Eu vim para servir

Por isso o escritor de Hebreus conclui, e nos ensina, que as formas e práticas da antiga aliança de Deus com os descendentes de Israel não eram definitivas. Elas ensinavam ao povo a necessidade de viver a vida conforme a orientação de Deus, de reconhecer os próprios erros e confessá-los, de pedir perdão e de confiar no amor gracioso e perdoador de Deus. Mas não eram capazes de remover o pecado do coração humano. Então, todo serviço sacerdotal descrito ali, com sua pompa e riqueza de detalhes, era apenas uma grande seta apontando para uma verdadeira, completa e definitiva ação de Deus para salvar a humanidade. Vejamos como o escritor de Hebreus explica isso.
Hebrews 10:1 VFL
1 A lei é apenas uma sombra das coisas boas que estavam para vir, e não a imagem real das coisas. É por isso que, mesmo com os sacrifícios que são oferecidos repetidamente ano após ano, a lei não pode tornar perfeitos aqueles que se aproximam para adorar.
Nesse ponto precisamos voltar ao texto que tem norteado toda essa série, aquele em que Jesus fala do serviço como sendo a razão de sua vinda ao mundo. Ali ele relaciona esse serviço com a entrega de sua própria vida para pagar o preço (resgate) do pecado de muitos. Ao falar isso, o Senhor está fazendo uma ponte entre seu ministério e o serviço prestados pelos sacerdotes, no sacrifício para perdão dos pecados. Vejamos o texto.
Mark 10:45 NAA
45 Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.
O escritor de Hebreus ecoa essas palavras de Jesus a anuncia com clareza que Cristo veio a este mundo prestar um serviço que se parece com o serviço dos sacerdotes, mas que é infinitamente superior.
Hebrews 9:11–14 VFL
11 Cristo, porém, já veio como Sumo Sacerdote das coisas boas que já estão aqui. Cristo, todavia, não faz seu serviço num lugar como o tabernáculo em que os outros sacerdotes trabalham. O tabernáculo onde Cristo faz seu serviço é maior e mais perfeito, pois não foi construído por mãos humanas, ou seja, não é deste mundo. 12 Quando Cristo veio e entrou no Lugar Santíssimo, fez isso de uma vez por todas. Ele não usou o sangue de bodes e de bezerros, mas sim o seu próprio sangue e com ele comprou a nossa salvação eterna. 13 O sangue de bodes e de touros e a cinza da novilha eram espalhados sobre as pessoas impuras e as purificavam em seu exterior. 14 O sangue de Cristo, porém, purificará a nossa consciência das manchas causadas pelos atos que nos conduzem à morte. Dessa forma, poderemos servir ao Deus vivo. Pois foi o próprio Cristo que se ofereceu a si mesmo como um sacrifício perfeito a Deus por meio do Espírito eterno.
De forma magnifica o escritor de Hebreu nos apresenta a amplitude do serviço a que Jesus ser referiu. Os sacrifícios dos animais, as escalas dos sacerdotes, os símbolos e os artefatos de fé, tudo aponta para o que Jesus fez na cruz, entregando sua própria vida, derramando seu próprio sangue. Ele era ao mesmo tempo o sacerdote perfeito e a oferta perfeita.
O verso 14 vemos algo que nos interessa muito. O texto diz que apenas purificados pelo sangue de Cristo, isto é, apenas mediante a convicção de que a morte de Cristo foi em meu lugar e à rendição a ele como senhor e salvador, é que podemos servir ao Deus vivo. Nada do que você faz de fato será aceito por Deus se não for uma expressão de sua gratidão por ter sido perdoado de seus pecados por causa da morte de Cristo. Sem reconhecer o sacrifício perfeito de Cristo na cruz, o seu serviço, por mais impressionante ele seja, é como girar em círculos sem sair do lugar.

Você é um sacerdote de Cristo?

Quero concluir fazendo um paralelo entre o serviço sacerdotal de Cristo, isto é, sua vinda a este mundo para servir a humanidade entregando a própria vida, e o nosso papel, nós que somos servos de Cristo, de sermos pontes que aproximam as pessoas em nossa volta do amor de Deus.
1 Peter 2:9–10 VFL
9 Vocês, porém, são um povo escolhido, um reino formado por sacerdotes, uma nação santa, um povo que pertence a Deus. E o propósito de vocês é proclamar as obras maravilhosas daquele que os chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz. 10 Antigamente vocês não eram ninguém; mas agora são o povo de Deus. No passado vocês não recebiam misericórdia; mas agora recebem misericórdia de Deus.
Antes de Jesus chegar em nossas vidas nós não éramos nada; não tínhamos sobrenome e ninguém se interessava por nós. Nós não sabíamos o que era amar de verdade, não nos queríamos saber nada sobre perdão, não entendíamos o que é misericórdia e vivíamos para nós mesmos. Antigamente era assim.
Mas hoje não é mais! Em nome de Cristo Jesus, meu irmão, eu quero lhe dizer nesta noite que você é sacerdote do Rei. Você foi escolhido e separado por Deus. Você pertence a Ele! Você faz parte do povo que foi escolhido para anunciar o amor de Deus revelado em Jesus Cristo. Você agora é parte de um reino de sacerdotes cujo serviço é viver suas vidas a fim de proclamar a grande obra da salvação, que Deus providenciou por amor a nós.
Agora faz parte de sua natureza servir. E assim como Jesus veio para servir, entregando a sua vida em resgate de muitos. Ele o resgatou para que você abrace o mesmo serviço sacerdotal que ele abraçou, deixe de viver apenas para si mesmo e coloque tudo que você tem e é a serviço daqueles que o Senhor amou a ponto de entregar sua própria vida.
Que o Senhor nos ajude a viver com sacerdotes, a ser como pontes que aproximam e conexões que ligam, como canais por onde o amor de Deus vai alcançar muitas vidas.
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